FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp
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4 – Então prá mim significou, porque eu achei que não ia trabalhar mais, eu<br />
não ia fazer mais nada! Prá mim foi bom! Eu vivi de novo! Eu vivi de novo, eu<br />
vivia na expectativa de voltar trabalhar, eu pedi prá voltar,eu liguei aqui e<br />
pedi,falei olha, eu to me sentindo melhor, eu sei que eu vou trabalhar limitada,<br />
mas eu quero trabalhar! Ai eles falaram, você fica em casa uns 4 anos e depois<br />
vai se aposentar. E eu disse não, eu posso trabalhar, eu posso produzir ainda!<br />
E como eu produzi mesmo, eu produzi, eu não deixei de produzir. Eu acho que<br />
produzi. 12 Ah! E eu me sinto muito bem na nova função. Ás vezes eu tenho<br />
uma dorzinha, eu paro, eu dou uma descansada no braço, 13 por causa de<br />
escrever, porque aqui tem que escrever bastante. Eu fico desesperada com<br />
tudo que tem que fazer! (Explicou sua doença). Não é cobrança, não!<br />
5 - Eu acredito que a instituição tem que olhar mais sobre isso aí, vê mais a<br />
sobrecarga que a pessoa está tendo, porque não é justo também, porque a<br />
gente tem que trabalhar com prazer 14, né Tem que ser gostoso prá você! Mas<br />
eu acho que tem que olhar mais de perto essas coisas, observar o que está<br />
acontecendo (vocês da diretoria), porque tem muita gente sofrendo “caladinho”<br />
como eu sofri muito tempo quieta sem falar nada, até que não agüentei mais e<br />
“explodiu”, 15 né Mas graças a Deus passou! Há 11 anos fiz a cirurgia! E quem<br />
for readaptado tem que readaptar mesmo! E vê o que pode e o que não pode<br />
fazer, porque você pode produzir ainda de outra maneira, né Mas você pode<br />
produzir ainda! Se não você fica encostado, sofrendo sozinho, sem chance, a<br />
família sofre, todo mundo sofre, (tom baixo e triste). E nesse caso estando<br />
trabalhando não, você passa àquelas horas trabalhando, vai prá sua casa,<br />
você nem lembra o problema, atividade é maravilhosa! Então tem que<br />
trabalhar! 16 Depoimento 5 –<br />
Codinome – Camomila<br />
1 – Eu acho assim, um pouco é o tempo de serviço que eu tenho né Eu<br />
trabalhei muito tempo no centro cirúrgico, de onde eu tirava aqueles pacientes<br />
anestesiados, pesados, à gente puxa eles da mesa prá maca e a vontade de<br />
cuidar é tão grande que a gente se esquece da gente, esquece de nós<br />
mesmos, 1 né Da posição certa que tem que ficar só que naquela época a<br />
gente não tinha na instituição, as pessoas não cuidavam de avisar o cuidador a<br />
postura correta, ele pensava mais no paciente, cuidar muito bem!,Mas o nosso<br />
lado mesmo, ficava muito a desejar, né Fazia o básico, mas aquela postura<br />
mesmo foi modificando com o passar do tempo, a gente não podia fazer e<br />
também tem aquela de como eu sempre fiz desse jeito e faz por vício, você<br />
acha melhor, Você acostuma, E nunca teve olhos de ninguém, muitas vezes,<br />
dizendo “Olha a postura! Pode machucar deixar seqüelas.” 2 Eu acho que um<br />
pouco foi o meu caso. Fechar aquelas autoclaves pesadas, você tem que<br />
travar elas, “botar” força! De madrugada, com sono e puxa aquela “carroçona”<br />
cheia de material, e com sono a gente nem se lembra da postura. A gente não<br />
vê a hora de passar um plantão tudo impecável, tudo “belezinha” prá não ter o<br />
que falar, né 3 E deu no que deu, né Porque, quando eu fui fazer perícia em<br />
São Paulo, ele falou prá mim que tudo acarretou de má postura, porque<br />
trabalhar em centro cirúrgico não é fácil, né E vai que a gente se esquece da<br />
gente mesmo! E aí perguntei: “Dr. Por que esse problema tão sério na minha