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a segurança de barragens ea gestão de recursos hídricos no brasil

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com conseqüente assor<strong>ea</strong>mento do leito dos cursos d'água. Esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

é relativamente comum <strong>no</strong> território das bacias metropolitanas, contribuindo para<br />

agravar a incidência <strong>de</strong> enchentes.<br />

Observa-se assim que as populações mais pobres são <strong>de</strong>sproporcionalmente<br />

as mais atingidas e, geralmente, possuem pouca capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação,<br />

agravando o problema da pobreza. Menescal et al.(2001) apresenta uma relação<br />

das principais doenças relacionadas ao meio hídrico.<br />

Neste contexto também se enquadram as <strong>barragens</strong>, que por um lado<br />

regularizam rios, amortecem ondas <strong>de</strong> cheias, armazenam água para abastecimento<br />

huma<strong>no</strong> e propiciam a geração <strong>de</strong> energia hidrelétrica, mas que por outro lado<br />

<strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong> suportar as condições adversas às quais se <strong>de</strong>param, para<br />

não potencializarem os efeitos das enchentes, ou até mesmo ser o fator gerador <strong>de</strong><br />

enchentes, como recentemente ocorrido na barragem <strong>de</strong> Camará, <strong>no</strong> Estado da<br />

Paraíba, que .rompeu na <strong>no</strong>ite <strong>de</strong> 17/06/2004, liberando para jusante cerca <strong>de</strong> 17<br />

milhões <strong>de</strong> metros cúbicos <strong>de</strong> água, provocando pelo me<strong>no</strong>s seis mortes, mais <strong>de</strong><br />

1500 <strong>de</strong>sabrigados e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> casas nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Alagoa Gran<strong>de</strong><br />

e Mulungu.<br />

Somente em 2004 estima-se que mais <strong>de</strong> 300 <strong>barragens</strong>, <strong>de</strong> diversos tamanhos<br />

e tipos, tenham se rompido em todo o Brasil, muitas <strong>de</strong>las pela incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

suportar os eventos <strong>de</strong> cheia ocorridos. Neste sentido, o acompanhamento do<br />

comportamento das <strong>barragens</strong> é fundamental para o controle e mitigação do efeito<br />

das enchentes.<br />

Menescal e Miranda (1997) propõem um Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Ações Emergenciais para<br />

situações operacionais críticas em <strong>barragens</strong> que expõem as populações a jusante<br />

<strong>de</strong> um vale ao risco <strong>de</strong> ruptura ou <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>scontrolada.<br />

Estima-se que hoje existam cerca <strong>de</strong> 30.000 <strong>barragens</strong> somente <strong>no</strong> Estado do<br />

C<strong>ea</strong>rá, algumas <strong>de</strong>las com mais <strong>de</strong> 100 a<strong>no</strong>s. No âmbito nacional este valor po<strong>de</strong><br />

ser estimado em 300.000, consi<strong>de</strong>rando <strong>barragens</strong> <strong>de</strong> todos os tamanhos e tipos. As<br />

<strong>barragens</strong> envelhecem e, como todas as outras obras, têm um prazo <strong>de</strong> vida útil que<br />

somente po<strong>de</strong> ser prolongado com esforços especiais <strong>de</strong> manutenção e <strong>de</strong><br />

recuperação <strong>de</strong> seus mecanismos e estruturas.<br />

Hoje, à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas <strong>barragens</strong>, soma-se à preocupação<br />

com a recuperação e manutenção <strong>de</strong> <strong>barragens</strong> já existentes. Pelos mais diversos<br />

motivos, muitas <strong>de</strong>stas obras não tiveram ao longo dos a<strong>no</strong>s os cuidados necessários<br />

à sua manutenção. Estes motivos vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> comportamentos arraigados em <strong>no</strong>ssa<br />

cultura, que privilegiam a construção <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas <strong>barragens</strong> em <strong>de</strong>trimento da garantia<br />

<strong>de</strong> <strong>recursos</strong> para a operação e manutenção das existentes, até a extinção <strong>de</strong> órgãos<br />

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