a segurança de barragens ea gestão de recursos hÃdricos no brasil
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à medida que sejam necessárias. Esse aspecto torna a primeira sangria do açu<strong>de</strong><br />
uma fase obrigatória para inspeção e r<strong>ea</strong>valiação da condição da segurança da<br />
obra. Já a prática <strong>de</strong> se dimensionar os peque<strong>no</strong>s barramentos para baixos períodos<br />
<strong>de</strong> retor<strong>no</strong> (100 a<strong>no</strong>s), o que po<strong>de</strong> ser explicado também pela eco<strong>no</strong>mia, não po<strong>de</strong><br />
ser justificada sem um estudo do conjunto <strong>de</strong> obras que compõe a bacia, pois o<br />
“efeito dominó” po<strong>de</strong> transformar um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> pequenas proporções em um<br />
com graves conseqüências sociais, econômicas e ambientais.<br />
O dilema entre construção e manutenção é bastante comum em engenharia<br />
on<strong>de</strong>, em algumas situações, é eco<strong>no</strong>micamente mais viável reduzir os custos do<br />
investimento inicial e, em conseqüência, elevar os custos <strong>de</strong> manutenção e<br />
monitoramento. A falha <strong>de</strong>sta sistemática é que a manutenção e monitoramento<br />
não têm sido compatíveis com os critérios <strong>de</strong> projeto adotados. É o velho problema<br />
<strong>de</strong> ter <strong>recursos</strong> para a obra e não ter para a sua manutenção. Menescal e Vieira<br />
(1999) apresentam os efeitos <strong>de</strong> uma má manutenção <strong>de</strong> um sangradouro <strong>no</strong> seu<br />
risco <strong>de</strong> falha operacional.<br />
O aumento da entropia é uma lei da natureza e a humanida<strong>de</strong>, para manter a<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> suas organizações e estruturas, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r energia, <strong>recursos</strong>, tempo,<br />
dinheiro etc. Com <strong>barragens</strong> o processo não po<strong>de</strong>ria ser diferente e o que se constata<br />
é que o ponto ótimo <strong>de</strong> equilíbrio do dispêndio <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> com a manutenção e a<br />
segurança mínima socialmente aceita está longe <strong>de</strong> ser alcançado. Este ponto <strong>de</strong><br />
equilíbrio é dinâmico e muda com a evolução e conscientização da socieda<strong>de</strong>. Assim<br />
em países mais ricos e com população mais esclarecida, os riscos aceitáveis são<br />
mais baixos (10 –4 a 10 –5 ) enquanto que, para regiões mais pobres, como o Estado<br />
do C<strong>ea</strong>rá, riscos <strong>de</strong>sta or<strong>de</strong>m são ainda impraticáveis.<br />
Querer impedir a ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em <strong>barragens</strong> po<strong>de</strong> ser comparado,<br />
exageradamente, a querer impedir a ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes automobilisticos, aéreos,<br />
ferroviários etc., ou seja, é impossível. O que se po<strong>de</strong> fazer é trabalhar<br />
preventivamente <strong>no</strong> controle técnico das obras (projeto, construção, operação,<br />
manutenção) ou implantar um sistema para minimizar os seus efeitos. Neste sentido<br />
algumas ações vêm sendo <strong>de</strong>senvolvidas e encontram-se relacionadas em Menescal<br />
e Miranda (1997) e Menescal et allii (2001a)<br />
A pesquisa apresentada neste trabalho ainda não está concluída, estão sendo<br />
r<strong>ea</strong>lizados levantamentos complementares em jornais e buscando-se outros contatos<br />
com profissionais que possam enriquecer este acervo que <strong>de</strong>verá ser posteriormente<br />
alimentado continuamente com <strong>no</strong>vas ocorrências observadas ou relatadas à equipe<br />
<strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Segurança <strong>de</strong> Obras Hídricas da COGERH. Como conclusões<br />
preliminares po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar:<br />
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