a segurança de barragens ea gestão de recursos hÃdricos no brasil
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que passa a assumir <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> para o outro.<br />
De acordo com Miranda (1988), entre os reservatórios construídos na Zona<br />
Semi-Árida do Nor<strong>de</strong>ste, existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pequenas <strong>barragens</strong> <strong>de</strong> terra<br />
homogên<strong>ea</strong>s construídas por fazen<strong>de</strong>iros ou mesmo pelo po<strong>de</strong>r público através das<br />
frentes <strong>de</strong> serviço criadas durante as secas que periodicamente assolam a região.<br />
Devido à seca, estas <strong>barragens</strong> são <strong>no</strong>rmalmente construídas sem a água necessária<br />
para garantir o conveniente ume<strong>de</strong>cimento do solo e com reduzida compactação. A<br />
escassez <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> é o principal motivo da construção <strong>de</strong>stas obras em <strong>de</strong>sacordo<br />
com os mais elementares princípios <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>barragens</strong> <strong>de</strong> terra.<br />
Gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações ocorrem rapidamente em <strong>barragens</strong> construídas muito<br />
abaixo da umida<strong>de</strong> ótima e sem a necessária compactação quando a umida<strong>de</strong> do<br />
solo é aumentada pelo fluxo <strong>de</strong> água que se processa através do maciço após o<br />
enchimento do reservatório. Estas <strong>de</strong>formações (ou colapso) produzem rachaduras<br />
através das quais a água flui dando início ao processo <strong>de</strong> “piping” (erosão interna),<br />
que quase sempre resulta na <strong>de</strong>struição da barragem. Esta ocorrência é tão comum<br />
<strong>no</strong> Nor<strong>de</strong>ste que os jornais e o público em geral costumam chamar este tipo <strong>de</strong> obra<br />
<strong>de</strong> “Barragem Sonrisal”.<br />
No C<strong>ea</strong>rá o <strong>de</strong>creto estadual 23.068 <strong>de</strong> 11/02/94 regulamentou o controle<br />
técnico das obras <strong>de</strong> oferta hídrica e Menescal (1994) e Ribeiro et allii (1996)<br />
apresentam uma metodologia <strong>de</strong> análise para a liberação <strong>de</strong> licença <strong>de</strong> barramentos.<br />
Entretanto, pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização, somente os projetos sujeitos a<br />
financiamentos públicos são submetidos a esta análise técnica.<br />
2 – ACIDENTES E INCIDENTES<br />
Os aci<strong>de</strong>ntes e inci<strong>de</strong>ntes relacionados neste item não visam à atribuição <strong>de</strong><br />
culpa ou responsabilida<strong>de</strong> a órgãos ou técnicos e sim, somente, a um levantamento<br />
sistemático para se enten<strong>de</strong>r melhor suas causas e conseqüências a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos<br />
<strong>de</strong>finir uma estratégia para reduzir suas ocorrências ou minimizar os seus efeitos.<br />
2.1 – DEFINIÇÕES<br />
Como resultado <strong>de</strong> um levantamento bibliográfico, apresentamos na Tabela<br />
1 uma relação com as principais <strong>de</strong>finições adotadas por diferentes autores. Para<br />
efeito <strong>de</strong>ste trabalho adotaremos as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> Vieira (2000) on<strong>de</strong>: aci<strong>de</strong>nte é<br />
um evento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte correspon<strong>de</strong>nte à ruptura parcial ou total <strong>de</strong> obra e/ou a<br />
sua completa <strong>de</strong>sfuncionalida<strong>de</strong>, com graves conseqüências econômicas e sociais<br />
e inci<strong>de</strong>nte é um evento físico in<strong>de</strong>sejável, <strong>de</strong> peque<strong>no</strong> porte, que prejudica a<br />
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