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a segurança de barragens ea gestão de recursos hídricos no brasil

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jumento tomado o lugar do arrastão quando principiaram as obras da<br />

Inspetoria 5 [1909]. A partir daí, pouco mais ou me<strong>no</strong>s é que a cangalha do<br />

jegue fez as vezes da canga do arrastão”.<br />

“No princípio, usavam uma parelha <strong>de</strong> caixotes que era coculada <strong>no</strong><br />

enchimento e esvaziada <strong>no</strong> <strong>de</strong>spejo. Com o tempo, um mais astucioso imagi<strong>no</strong>u<br />

ou copiou a caçamba <strong>de</strong> fundo falso, fazendo o <strong>de</strong>spejo mais ligeiro e<br />

poupando muito muque e canseira”.<br />

“Essa técnica medrou pelo sertão a tal ponto que, em 1934 na construção<br />

do açu<strong>de</strong> ltans, vizinho à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caicó, contava-se nada me<strong>no</strong>s do que<br />

2.000 jumentos a transportar terra”.<br />

Foi nessa época (1932/33) que se introduziu <strong>no</strong>va e mo<strong>de</strong>rna maquinaria<br />

para construção <strong>de</strong> estradas e açu<strong>de</strong>s públicos; tratores <strong>de</strong> esteira,<br />

“bulldozers”, e os rolos mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>s, “sheep –foot” (pé <strong>de</strong> carneiro) rebocados<br />

a tratores, cada um dos quais substitui 400 operários, reduzindo à terça parte<br />

o custo do apiloamento.<br />

Embora pareça constituir uma prática obviamente necessária, a<br />

compactação bem conduzida <strong>de</strong> terra do maciço, que se obtém molhando-se<br />

ligeiramente a terra, é coisa recente. Não encontramos <strong>no</strong>tícia <strong>de</strong>ssa<br />

preocupação <strong>no</strong> século passado. Apenas po<strong>de</strong>-se <strong>no</strong>tar que o uso do couro<br />

<strong>de</strong> arraste e <strong>de</strong> uma junta <strong>de</strong> boi, pela passagem repetida dos animais e do<br />

couro, trazia, <strong>de</strong> fato, uma certa compactação. As primeiras memórias <strong>de</strong><br />

projeto da IOCS mencionam, <strong>no</strong> entanto, o apiloamento e o acréscimo <strong>de</strong><br />

30% a ser previsto <strong>no</strong> que diz respeito aos volumes escavados.<br />

Com relação à fundação (ou alicerce do açu<strong>de</strong>), ‘<strong>no</strong> sertão velho, <strong>no</strong>s<br />

açu<strong>de</strong>s erguidos com arrastão <strong>de</strong> carro <strong>de</strong> boi, o uso era apenas raspar o<br />

espelho da terra on<strong>de</strong> ia se acamar a pare<strong>de</strong>. Daí, a maior revência e a pouca<br />

duração da água <strong>de</strong> quase todos eles’.<br />

Em 1907, refere-se F. Saturni<strong>no</strong> Rodrigues <strong>de</strong> Brito à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

construção imitando o systema inglês para execução <strong>de</strong> <strong>barragens</strong> <strong>de</strong> terra,<br />

bastando abrir axialmente uma vala para receber o núcleo <strong>de</strong> material socado<br />

e apropriado a impedir as infiltrações pela base, este impedimento teria apenas<br />

por fim evitar que a água se escapasse por filetes prejudiciais, e não a<br />

humida<strong>de</strong> proveitosa às preciosas vazantes <strong>de</strong> açu<strong>de</strong>. Esse <strong>de</strong>poimento ten<strong>de</strong><br />

a mostrar que a experiência inglesa teve influência anterior, <strong>no</strong> que tange à<br />

técnica, à dos america<strong>no</strong>s.<br />

É interessante observar, nas primeiras plantas <strong>de</strong> projeto da IOCS (1907),<br />

a presença <strong>de</strong> um núcleo impermeável com alicerce e, até duas trincheiras<br />

1<br />

IOCS – Inspetoria <strong>de</strong> Obras Contra as Secas. Transformada posteriormente em IFOCS e<br />

DNOCS.<br />

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