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Monitoramento e avaliação de projetos - Ministério do Meio Ambiente

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da reserva: o rio Tejo (centros) e a margem <strong>do</strong> Juruá. Sem voltar às tabelasmal-sucedidas, o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>s diários foi aprimora<strong>do</strong>. Os diaristas recebiaminstruções, primeiro verbais, <strong>de</strong>pois escritas na primeira página <strong>do</strong>s ca<strong>de</strong>rnos,para registrar um conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s – no caso da caça, por exemplo,dia da observação, início e fim da expedição, tipo e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animalcoleta<strong>do</strong>, e assim por diante. Essas instruções foram se tornan<strong>do</strong> mais<strong>de</strong>talhadas com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> trabalho, ao mesmo tempo em quefalhas meto<strong>do</strong>lógicas eram observadas (por exemplo, ainda no caso dacaça, os diaristas foram instruí<strong>do</strong>s a fazer algum registro para to<strong>do</strong>s os diasda semana, e não apenas para os dias <strong>de</strong> caça; os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar opeso foram especifica<strong>do</strong>s). Por sua vez, os próprios diaristas começaram aintroduzir observações sobre o tipo <strong>de</strong> floresta percorrida, sobre animaisavista<strong>do</strong>s e outros aspectos das caçadas. O passo seguinte foi trabalharcom mapas <strong>do</strong> território <strong>de</strong> caçadas, acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> levantamento dapopulação total em cada território. Os primeiros mapas <strong>de</strong>sse tipo foramfeitos por Chico Ginu e por seu irmão Roxo, inspira<strong>do</strong>s nos mapas queviam em mãos <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res.126Em 1999, foi apresenta<strong>do</strong> o Projeto <strong>de</strong> Pesquisa e <strong>Monitoramento</strong>Participativo. Com ele, pela primeira vez, as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>resseringueiros, agora chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> monitores, eram o centro <strong>de</strong> um projeto.Ao mesmo tempo, a articulação entre pesquisa<strong>do</strong>res e mora<strong>do</strong>res passava aser a estratégia central <strong>de</strong> pesquisa aplicada. Dada a exigüida<strong>de</strong> <strong>do</strong> prazo, aidéia foi discutida por telefone e fax com Francisco Barbosa <strong>de</strong> Melo(Chico Ginu), representante regional <strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Seringueiros<strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Juruá, e com o Sr. Antônio <strong>de</strong> Paula, então presi<strong>de</strong>nte daAssociação <strong>de</strong> Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista <strong>do</strong> AltoJuruá (ASAREAJ). Ambos eram pioneiros: um ainda guardava sua carteirinha<strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>r, <strong>de</strong> 1988; o outro era bem familiariza<strong>do</strong> com a importânciada pesquisa e havia participa<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da Reserva. Ficouacerta<strong>do</strong> então que o projeto seria executa<strong>do</strong> pela própria ASAREAJ. Essaidéia <strong>de</strong>corria <strong>do</strong> pressuposto <strong>de</strong> que uma das condições necessárias paraconsolidar o monitoramento da Reserva é a cooperação entre governo,cientistas e mora<strong>do</strong>res, com responsabilida<strong>de</strong>s assumidas por cada uma daspartes. Assim, a produção <strong>de</strong> informações e análises relativas ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>secossistemas e à ação humana sobre eles <strong>de</strong>veria se assentar no papel ativoe responsável das instituições locais no processo <strong>de</strong> monitoramento egerenciamento, ao longo <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> aprendizagem que incluemtentativa e erro. Esses princípios estão na base <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> pesquisa emonitoramento participativos.

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