Plano Municipal para a Igualdade de Género - Câmara Municipal ...

12.3 Participação Cívica e Associativismo JuvenilDe acordo com a Constituição da República Portuguesa fazer parte de uma associação é um direito detodos. Por outro lado, fazer parte de uma associação possibilita dinamizar e empreender determinadosobjectivos em grupo, tendo em vista a prossecução de um objectivo em comum.A expressão associativismo designa, por um lado, a prática social da criação e gestão das associações(organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática: assembleia geral, direcção,conselho fiscal) e, por outro lado, a apologia ou defesa dessa prática de associação, enquanto processonão lucrativo de livre organização de pessoas (os sócios) para a obtenção de finalidades comuns.O associativismo, enquanto forma de organização social, caracteriza-se pelo seu carácter, normalmente,de voluntariado, por reunião de dois ou mais indivíduos usado como instrumento da satisfação dasnecessidades individuais humanas (nas suas mais diversas manifestações).A possibilidade de associação é aberta aos jovens, através da sua integração em associações juvenis, quese pretende que sejam encaradas como escolas de cidadania. Deste modo, o associativismo juvenilcontribui para a capacitação dos jovens, no que se refere ao exercicio de uma cidadania activa einterventiva, constituindo-se como espaços de participação e promovendo o desenvolvimento decompetências para o exercício da participação cívica na idade adulta.Um estudo efectuado em 2005, no âmbito do Instituto Português da Juventude e da empresa Marktest,abrangendo jovens dos 15 aos 30 anos, conclui que 41,5% destes jovens elegem o desemprego como asua principal preocupação, 30,6% o custo de habitação própria, 26,8% o acesso ao primeiro emprego e20% o acesso ao ensino secundário (Marktest, 2005: 7). No entanto, apenas cerca de 86,4% destes jovensparticipam em grupos cívicos, sociais ou políticos (Marktest, 2005: 13) 66 .Por outro lado, um estudo efectuado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, em 2005(Ferreira, 2005) 67 , permitiu a caracterização de dois perfis de variáveis distintos no que concerne aouniverso associativo juvenil. Assim, os associados são maioritariamente do sexo masculino, solteiros, como ensino médio e superior, estudantes e religiosos. Por outro lado, os não associados, evidenciam um nívelmais baixo de escolaridade, conjugalmente coabitantes, do sexo feminino e de classes assalariadas(Ferreira, 2005: 9). Os dados sugerem a reprodução de um padrão tradicional, traduzido numa mais fortepropensão masculina para a esfera associativa, que tende a distribuir-se por todos os tipos de participaçãoe se destaca na participação de âmbito desportivo (Ferreira, 2005: 11).66 Consultado em: recursos.juventude.gov.pt/IPJ_Observatorio.pdf em 26 de Outubro de 2010.67 FERREIRA, Pedro, Coord., 2005, O Associativismo e a Cidadania Política, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais daUniversidade de LisboaPlano Municipal de Igualdade de Género, 180