Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

tia Claudia pelo braço. Todos foram atravessando a macabra
sala até chegarem à porta que dava para a saída secreta que os
levaria ao bosque.
Antes de deixarem o castelo, Grassac ainda prendeu o
carcereiro a uma das tenebrosas máquinas de tortura.
Certificou-se de que o homem ficara bem amarrado e
devidamente amordaçado.
Aos empurrões, conduziu Gallard através do túnel pelo
qual seus amigos já haviam passado. O túnel era muito escuro
e com a pouca luminosidade produzida pela tocha que
carregava, podia perceber que as rochosas paredes estavam
recobertas por muito lodo. O cheiro era horrível e haviam
incontáveis ratos ziguezagueando pela passagem. Chegando
ao final do túnel, passaram pela abertura que saía por trás de
uma folhagem densa. A esta altura, todos já estavam
conversando e tentando esclarecer tantas dúvidas que
pairavam no ar. Dízier, extremamente abatido, estava deitado
na relva, muito ofegante. Seu ferimento piorara bastante.
Para surpresa de todos, Grassac tão logo surgiu das
folhagens, desferiu um violento soco na face de Gallard,
desacordando-o. Michel, mesmo abatido e muito ferido,
esboçou uma reação e partiu na direção de Grassac, mas foi
seguro por Gien instintivamente.
Grassac, então aproveitou a oportunidade e esclareceu os
fatos a todos, que ouviam estupefatos tudo que o forasteiro
revelava. Parte da conversa era do conhecimento de Gien, que
concordava com o que Grassac ia dizendo assentindo com a
cabeça, olhando para seus amigos.
Ao final do discurso, Michel de cabeça baixa, aproximou-se
do forasteiro e repousando sua mão direita no ombro de
Grassac, levantou a cabeça encarando-o nos olhos e pediu-lhe
desculpas pelo mal juízo que fizera dele. Sentiu imensa alegria
em saber que seu irmão Etiènne, no fundo, tinha razão.
Grassac percebeu que naquele momento, nascia grande
confiança nele e, sentindo compaixão pelo irmão de seu
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