Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

porquê, deveria estar preparado para a reação do papai Vangi,
também.
Passados alguns instantes, Sindazel retornou acompanhada
de um Vangi que devia ter quase dois metros de altura. Ao
contrário das asas dela, as de seu pai eram maiores e ainda
mais exuberantes. Alto sim, porém forte, com músculos bem
distribuídos por todo o corpo. Cabelos dourados e
encaracolados que lhe escorriam pelos ombros como uma
cascata de ouro reluzente, os olhos grandes e verdes como
uma esmeralda. Apresentava uma face austera, mas jovial e
bela ao mesmo tempo. Parecia um arcanjo do Senhor. Ao
contrário da túnica que Sindazel usava, aquele Vangi vestia
uma túnica curta, com uma espécie de cordão prateado
dividindo-a em parte inferior e superior, sem mangas. Ao
olhar para Etiènne, o Vangi deu uma estridente gargalhada,
revelando dentes belíssimos, brancos como pérolas, perfeitos.
Etiènne, sem entender o motivo da graça, ficou quieto,
observando aquele ser esplendoroso.
— Filha, destes roupas femininas para nosso hóspede!? — e
o pai de Sindazel continuava sorrindo. Como dizem, o feitiço
virou contra o feiticeiro, pois agora era Etiènne o
constrangido. E Sindazel riu-se com a galhofa de seu pai.
— Meu nome é Granuzael! Minha filha já havia me falado
sobre ti e eu esperava ansiosamente para poder conversar
alguns instantes contigo. — O Vangi colocou a mão no ombro
de Etiènne, esperando uma reação positiva. Quase que
intimidado, Etiènne sentou-se novamente no grande cristal
onde estivera deitado.
Quebrando um pouco o clima, Etiènne questionou como os
Vangis, pelo menos Granuzael e Sindazel, falavam tão bem e
fluentemente a língua francesa. E teve que se contentar com a
resposta óbvia, pois não estavam também na França? A única
diferença é que viviam dentro de profundas cavernas.
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