Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Sindazel ergueu suas mãos a exemplo do ritual que
fizera ao desacordar Michel, antes que ele fosse trazido para a
Vangilla, mas Michel segurou com delicadeza os dois braços
de Sindazel, dizendo: — Por favor, leve-me acordado.
Ela baixou a cabeça, como numa atitude de reflexão, e
após um breve momento, concordou com o francês.
— Tudo bem, acompanhe-me.
Os dois caminharam juntos para fora da câmara de
Sindazel e seguiram por um longo corredor rochoso, rico em
cristais que o cobriam por toda sua extensão, tornando-o um
lugar esplendoroso.
Michel não podia deixar de admirar cada detalhe
daquele lugar fantástico, mas também não conseguia mais
conter-se, e várias vezes lançou um olhar desejoso para o
corpo esguio de Sindazel, que seguia à sua frente.
Percorreram mais de cem metros ininterruptamente,
passando diante de várias entradas para outros corredores, tão
longos quanto aquele pelo qual caminhavam, de forma que
Michel não conseguia ver onde terminavam.
Ao chegarem a uma enorme porta de cristal, que
apresentava o desenho de águia, toda talhada, de forma que a
figura ficasse em alto relevo, Sindazel parou e pediu para que
Michel a aguardasse do lado de fora. Michel, admirado com
tudo o que via, assentiu com a cabeça, mas sem deixar de
lançar um último olhar no belo corpo da jovem Vangi,
impressionado com aquelas asas magníficas às suas costas.
Sindazel demorou-se por alguns minutos que, para
Michel, pareceram intermináveis, mas na verdade não se
passaram nem mesmo quinze minutos do momento em que
entrara através daquela magnífica porta e reapareceu,
trazendo em suas mãos um misterioso bastão prateado.
— Vamos, irei deixá-lo em nosso porto. Preciso preparar
algumas coisas antes de partirmos.
— Porto!? Partiremos em alguma embarcação?
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