Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

das pontas do bilhete à chama da vela, que o consumiu
lentamente, transformando-o em cinza e fumaça. Andou até a
porta e a destrancou. Era Catherine! Segurava uma bandeja de
prata com uma pequena jarra com água, pedaços de bolo e
frutas frescas.
Na saída sul da cidade de Amiens, existia uma grande
taberna, ponto de encontro para todos aqueles que partiam ou
que chegavam. Uma espécie de última parada para os que
saíam de Amiens, e de descanso para os que chegavam de
Beauvais, uma pequena cidade que ficava um pouco mais
para o sul. Esta taberna estava sempre cheia de gente, era um
lugar muito agradável, onde se podia beber o mais saboroso
vinho daquela região.
O dono da taberna, o senhor Dízier, era um homem alto,
forte, com um rosto severo, mas era uma pessoa amável e
muito comunicativa. Muitas pessoas se enganavam ao vê-lo a
primeira vez, pensando que se tratasse de mais um taberneiro
grosso e estúpido, mas logo percebiam que estavam
completamente enganados. À direita da taberna havia um
enorme celeiro, onde as pessoas que desejassem pernoitar
podiam guardar seus cavalos com toda a segurança. O celeiro
era muito amplo, possuía ainda um segundo pavimento, onde
eram estendidas diversas esteiras que serviam de cama para
os viajantes.
Pelo lado de fora, do lado direito, existia uma escada que
ficava oculta por uma árvore baixa, de rica folhagem. Esta
escada dava acesso a uma portinhola, também oculta pela
folhagem da árvore, de maneira que ninguém percebia sua
existência, nem mesmo de dia, com o sol a pino. Esta
portinhola dava numa pequena sala, sem acesso interno. Só
quem conhecia o caminho pela árvore podia chegar até lá. Esta
pequena sala de reuniões era o ponto de encontro daqueles
homens conhecidos como os Conspiradores. A sala não tinha
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