Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

sob o feno, mas não para entrar no castelo de Martin. De fato,
foi melhor ter ficado por baixo da carroça.
Alain, também descobriu que o envolvimento de Grassac
com os camponeses havia sido mero acaso, destinos cruzados,
pois sua intenção era na verdade, vingar a morte de seu pai.
Grassac mentiu e não revelou nenhum detalhe pertinente ao
Conselho, limitava-se a dizer que participou apenas de um
encontro com seus membros, com o intuito de encontrar
Gallard, a quem já seguia os passos há um bom tempo.
Conduzindo Grassac até as salas subterrâneas, o encarcerou
na mesma cela de Dízier. Prometeu-lhe interceder junto a seu
senhor por sua liberdade e disse que voltaria a falar com ele
ainda naquele dia.
Grassac percebeu que Dízier estava ferido e se aproximou
dele para verificar seu estado. Diferentemente dos outros
prisioneiros, Grassac não ficara acorrentado. Dízier, com uma
aparência muito sofrida, apontou para o fundo da cela.
Grassac virou-se e viu Gien, acorrentado à parede rochosa.
Deu dois tapinhas de leve no ombro de Dízier e se aproximou
do amigo camponês. Estava cheio de escoriações. Olhou para
o amigo, aproximou-se e recostou a cabeça dele
confortavelmente em seu ombro. — Seja forte, amigo! — ao
ouvir estas palavras Gien mais uma vez não se conteve e caiu
em lágrimas. Sentia muita dor pela perda inestimável. Tudo
que fizera na vida sempre teve a presença de seu irmão
Gourdon. Grassac passou o resto da tarde e a noite inteira em
vigília, confortando seu amigo com muitas palavras de fé que
aprendera com seu falecido pai.
Mais um dia findava e Martin aguardava com grande
ansiedade a chegada do arauto do rei. Sua agitação era tanta
que nem conseguira fazer sua visita rotineira às margens do
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