Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

— As coisas não precisavam ter chegado a este ponto,
Leon. Parto com uma única certeza em meu coração. Você não
é mais nada em minha vida! — enfatizou Michel.
— Um dia você entenderá. Cuide-se, e cuide de Etiènne,
ele ainda é muito afoito.
— Ele vai sobreviver, pois escolheu seguir a opção mais
sensata. Apesar de tudo, desejo-lhe paz, e espero que um dia
se reencontre, e se arrependa de toda esta tolice. Adeus!
Michel deu as costas e montou em seu cavalo, para em
seguida assumir a dianteira da nova caravana que o
aguardava para partir. Dois terços dos peregrinos optaram por
seguir viagem junto ao que restara do Conselho formado por
Michel, e assim, aquela multidão pôs-se mais uma vez a trilhar
caminhos desconhecidos.
Faziam apenas algumas horas que Michel e todos os que
haviam optado segui-lo partiram quando os peregrinos fiéis a
Leon ouviram um barulho crescente que se assemelhava ao de
inúmeros cavalos se aproximando e, de fato, puderam
constatar que ao longe uma enorme nuvem de poeira subia do
solo. Logo despontaram os primeiro cavaleiros que, ao
avistarem a caravana, interromperam sua cavalgada e ficaram
observando de longe, esperando que os demais guerreiros
chegassem até eles.
Ficaram, o povo de Leon, por assim dizer, e a cavalaria
desconhecida, parados, a uma distância de aproximadamente
duas milhas entre uns e outros, sobre a vasta planície.
O murmúrio era geral em ambos os lados. Enquanto os
seguidores de Leon questionavam-se sobre qual seria a origem
de tal cavalaria, se seriam ingleses ou guerreiros de Amiens
conduzidos por Martin Lacroix, os cavaleiros misteriosos por
sua vez, estranharam a presença de tantas pessoas nessa
região praticamente desértica.
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