Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

circunstâncias obrigariam a Bakhin, muito a contragosto, a
adiar a homenagem que pretendia fazer à Etiènne.
Arautos do reino de Guttin, chegaram a Bakkin numa
tarde que marcava o início da estação em que se comemora a
Ukar Nogai. O dia estava bonito, com uma brisa fresca e o céu
de Azur intensamente luminoso. Da orla da Floresta Dourada
avistaram a entrada principal da Montanha das Garbas, e
podiam escutar com alegria, o cantarolar dos pássaros.
Em pouco mais de duas horas, estariam diante de
Bakhin, para proferir uma importante mensagem de seu
primo Guthin. Ao contrário do costume élfico, e pode se dizer
até mesmo dos homens, os arautos dos reinos dos anões não
carregavam mensagens escritas, mas proferiam, palavra por
palavra, suas mensagens ao destinatário.
A confiança que os anões tinham entre si, e o
compromisso que tinham com a verdade entre os seus,
dispensavam a necessidade de mensagens cifradas ou escritas,
garantindo a segurança das importantes informações que os
três reinos anões trocavam entre si.
Os arautos anões, eram os mais valorosos entre seu
povo, pois eram capazes de suportar torturas terríveis quando
caíam nas mãos de orcs, druzos, vutuks ou goblins, para não
revelar as informações que traziam em suas mentes. No
passado, muitos já pagaram com a vida o preço do silêncio.
Os anões de Guttin passaram pelas colunas de rocha da
entrada principal do reino sob a Montanha das Garbas,
deixando para trás a beleza de Virgo e mergulhando na
escuridão da caverna que levava a Bakkin. Atravessaram um
longo corredor que daria num emaranhado de passagens,
onde somente com a ajuda de um dos sentinelas de Bakkin
poderia ser desvendado o caminho correto até a cidade.
Em seu trono, Bakhin aguardava com grande ansiedade
a chegada dos arautos de Guttin, dos quais já havia sido
alertado por seus espiões mesmo antes que chegassem ao lado
leste das Montanhas Negras.
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