Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

assustada ao redor, mas não o viu. Então, sentiu uma brisa
sobre o rosto, e percebeu que ele havia se retirado para a
varanda do aposento. Caminhou até ele, surpresa em vê-lo de
pé já no primeiro dia que acordara.
— Não devia fazer esforço, seu estado ainda requer
muito cuidado e os excessos irão atrapalhar vossa
recuperação.
Etiènne olhou para Arthea, indagando-a sobre a vida em
Sombrorn, e sobre a vida de seus elfos.
Ficaram conversando durante duas horas e nem
perceberam o tempo passar. Arthea contou tudo o que podia
sobre seu povo, e Etiènne, ouviu atentamente, sempre
comparando tudo o que ouvia com o que Bakhin afirmara há
tempos atrás. Achava absurdo como aquelas duas raças
distintas eram tão magníficas em suas peculiaridades, mas se
odiavam tanto.
Enquanto Arthea falava, Etiènne se regozijava com sua
doce voz e eloqüência encantadoras. Admirava sua beleza
com uma ternura que não ousava sentir por outra pessoa
desde que conhecera Sindazel, sua amada. Mas Arthea,
possuía alguma magia, algo místico que o fascinava e ele não
sabia como se livrar dessa hipnose. Quanto mais Arthea
falava, movendo ligeiramente seus maravilhosos e suaves
lábios vermelhos, mais Etiènne queria escutar e contemplar
aquele rosto lindo e jovial.
As visitas de Arthea eram constantes, e sua presença
dominava cada vez mais o coração de Etiènne, que andava
sôfrego e solitário, desesperançado de um dia poder realizar
seu mais sagrado desejo, o de reencontrar e se entregar à
Sindazel.
Arthea, percebendo que estava conseguindo influenciar
Etiènne e desejosa de conseguir conquistar-lhe, procurava
sempre tornar as tardes de seu paciente agradáveis, com
longos passeios pelos magníficos jardins de Sombrorn.
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