Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

mais acima de onde estavam acampados. Enfim, para Michel,
a busca havia terminado, já estavam no lugar que sonharam.
Os anões, muito prestativos, permaneceram mais tempo
junto aos homens e os ajudaram a erguer as primeiras
construções, com muito entusiasmo. Mas não podiam ficar ali
para sempre, e assim, chegou o dia em que teriam de deixar os
homens à sua própria sorte.
Enquanto Bakhin organizava sua gente, Etiènne chamou
seu irmão para uma conversa reservada, e em poucos minutos,
estariam emburrados um com o outro, mas nada, nada
mesmo, demoveria de Etiènne, a idéia de partir com Bakhin.
Desta vez, nem mesmo Grassac concordou com essa idéia de
seu amigo Etiènne, afinal, ainda não haviam se estabelecido
de fato naquele lugar, e sua ausência faria muita falta.
Mas não haviam argumentos no mundo que pudessem
fazer Etiènne mudar de idéia. O pensamento constante em
Sindazel o bloqueava para qualquer outro assunto ou decisão
importante que fosse necessária tomar.
Foi ali mesmo, aos pés das Montanhas Negras, numa
das regiões mais inóspitas de Virgo, que o povo dos homens
oriundos de Amiens e conduzidos por Michel e seus
companheiros ergueu sua tão sonhada nova cidade.
Não havia mais o velho Conselho de Conspiradores. Da
cúpula do grupo, restou apenas o próprio Michel. Nem
mesmo seu irmão Etiènne ficaria ali, para ver nascer o fruto de
tantos meses de planejamento e tanto sofrimento.
Michel, recordou com saudosismo o tempo em que se
reuniam escondidos no celeiro de Dízier. Já fazia tanto tempo.
Lembrou dos irmãos Ballec, de seu antigo amigo Leon, do
falso lenhador, que por tanto tempo esteve com ele, sem nada
perceber. Recordou-se da promessa feita a Dízier, de que o
buscaria assim que tivessem encontrado a nova moradia. E
lembrou de tantos outros que participaram do movimento,
mas com menor grau de importância.
161