Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

de Amiens acabariam retornando a seus lares sem a orientação
eficaz que Michel e seu grupo poderiam lhes oferecer.
Etiènne, com aparência horrível e ainda mais abatido,
após um longo descanso, continuou perambulando através da
Montanha Serena, ainda sem encontrar o rumo certo da gruta.
Faminto e cansado, tropeçava a todo momento em pedras e
enormes raízes de carvalho, que se enroscavam pelo chão.
Pensava se não estaria perdido, pois acreditava estar passando
pelo mesmo lugar várias vezes.
Mais um dia estava se acabando e as trevas começavam a
cobrir a floresta da montanha. Etiènne explodia de dor de
cabeça e sentia-se tonto. Cambaleante, recostou-se em uma
grande rocha e, por sorte, percebeu uma fenda quase que
oculta no lado direito da rocha, na parte anterior. Era a
entrada de uma gruta escura como breu. Tentava olhar através
da escuridão, procurando um possível dono da gruta, talvez
um animal feroz, mas não conseguia enxergar nada. Forçava a
vista, mas era impossível vencer a escuridão. Lentamente,
apoiando-se com uma das mãos à fria rocha, e com a outra
estendida à frente, foi avançando em direção ao desconhecido.
De súbito, surgiu um clarão, e Etiènne viu algo que parecia
estar se aproximando vagarosamente. Parecia ser alguém
andando em sua direção, mas não ouvia passos. Havia um
profundo silêncio. Ficou apreensivo, temeroso. O suor lhe
escorria pelas têmporas e seu batimento cardíaco se acelerou,
rompendo o silêncio que imperava no interior da gruta. Podia
ouvir seu próprio coração retumbando e ecoando por toda
parte.
Quando aquilo ou, aquele, como explicar aquela
aparição... Chegou perto de Etiènne, ele simplesmente
desfaleceu, ao ouvir uma voz suave e melodiosa — O que
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