Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Ao chegarem, Peter já estava pronto, pois também
ouvira o sino e percebera que algo estranho havia acontecido.
— Estava me preparando para ir até vocês. Também
ouviram o sino? O que estará acontecendo?
— Ainda não sabemos ao certo, — respondeu Etiènne —
mas há um enorme exército às portas da cidade. Vi com meus
próprios olhos, são centenas e centenas de tendas brancas.
Temo que seja Martin Lacroix; contudo, onde esse miserável
teria conseguido tantos homens?
— Bom, não conheço este homem de que tanto falaram e
ainda temem, mas certamente ele nada mais é do que um
homem.
— É um homem perverso! — retrucou Etiènne.
— Senhores, vamos deixar a conversa para outra hora.
— reclamou Grassac. — Vejamos o que se passa. Peter, chame
os arqueiros que treinou e os envie para as ameias da muralha
frontal da cidade, eu e Etiènne iremos com mais alguns
voluntários ao encontro dos visitantes.
— Acha isso prudente? — Peter estava receoso.
— Precisamos saber o que se passa. Essa gente chegou
como se fossem fantasmas na calada da noite e ninguém
notou! Nem mesmo os sentinelas que temos nos torreões
notaram sua presença, e não creio que seja Martin com seus
soldados. Há algo diferente no ar. O que mais me intriga é
como os sentinelas não se deram conta da presença dessa
gente toda?
— Espero que esteja certo, Grassac, porque senão, que
Deus seja piedoso e nos ofereça uma morte rápida.
— Tenha fé, irmão, Deus está sempre conosco!
Antes mesmo de deixarem a porta da casa de Peter,
viram um pequeno destacamento de cavaleiros desconhecidos
subindo a rua em sua direção, acompanhados por alguns
homens que, sabiam ser da guarda da cidade.
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