Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Sindazel sorriu e ele pôde encantar-se ainda mais com os
belos dentes da Vangi, de uma perfeição e brancura
inimagináveis para um ser humano.
— Não há necessidade em pedires meu perdão. Não se
tratava de um descanso; na verdade, eu estava submetida a
um castigo, mas a urgência de vossa causa me permitiu sair da
punição.
Michel não podia acreditar que uma criatura tão bela
fosse merecedora de qualquer castigo, mas não quis apressarse
em seus julgamentos e preferiu indagar Sindazel sobre o
motivo que a levou a ser castigada.
Antes mesmo que pudesse questioná-la, ela adiantou-se
em responder sua pergunta, pois perscrutara sua mente de
forma minuciosa.
— Meu pai castigou-me com um sono profundo, por
temer que eu deixasse a Vangilla, para ir atrás de seu irmão
Etiènne, a quem conheci antes de todos os Vangis.
Michel, intimamente, arrependeu-se mais uma vez de
não ter acreditado em seu nobre irmão.
— Então, tudo o que meu irmão contou era verdadeiro.
Sindazel aproximou-se de Michel, e o tempo todo
perscrutando sua mente, sentia algo estranho, algo muito
diferente do momento que tivera com Etiènne. Os
pensamentos deste outro homem eram mais urgentes em
relação à sua causa. Sua mente fervilhava com a idéia de rever
seu irmão, seus amigos e sua cidade. Ela comprovou através
de seus poderes que, apesar de toda fascinação que sentiu por
ela, não chegou a desejá-la calorosamente como ocorrera com
seu irmão mais novo. Isso a incomodou um pouco, pois
esperava reviver as sensações que tivera diante de Etiènne.
Michel sabia que Etiènne amava Sindazel, e agora podia
confirmar com seus próprios olhos que a beleza daquela
criatura era realmente de deixar qualquer coração
perdidamente apaixonado.
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