Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

— Você não terminou de dizer como ele morreu!
— Não durou muito mais tempo depois dos delírios.
Acho que, pouco mais de duas semanas, e estava totalmente
consumido pelas infecções e loucura. — Gien fez uma
pequena pausa e depois concluiu: — Um médico esteve
acompanhando o estado de Dízier, e no final, determinou que
a causa da morte foi a elevada temperatura, que não
conseguíamos mais conter. Morreu de hipertermia.
— Morreu de desgosto! — retrucou Michel, assumindo a
culpa pela morte de Dízier, ainda mostrando-se arrasado.
— Não diga uma bobagem dessas. Dízier estava
debilitado, com ferimentos que insistiam em não cicatrizar,
apesar de todos os cuidados que lhe dispensamos. Você não
estava aqui para saber como foi difícil tentar curá-lo. Se ele
tivesse sido tratado com brevidade, talvez ainda estivesse vivo
hoje e voltaria para essa tal Nouvelle Lyon com você, mas o
tempo que ele perdeu naquele calabouço de Martin Lacroix é
que foi o verdadeiro culpado por tirar as chances dele ter
recebido o devido tratamento a tempo e ser curado!
Gien falava com carinho, pois sabia que o amigo estava
muito angustiado com o destino que Dízier tivera.
— Vamos, Michel, vamos entrar e irei preparar um bom
chá que costuma dar ânimo até mesmo para os dias mais
difíceis do meu tio.
Michel, levantou-se ainda envolto em lágrimas. Aceitou
com prazer o ombro oferecido por Gien para se sustentar e
acompanhou seu amigo de volta para a casa onde estava
abrigado desde a ocasião em que haviam fugido das garras de
Martin Lacroix. Logo partiria para Nouvelle Lyon, acreditava.
Pigarreou duas ou três vezes sobre a mão esquerda
cerrada, e com a outra mão, esticando o papiro ao alcance de
sua vista, Leon começou seu discurso.
“Povo de Nouvelle Amiens,
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