Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Há muitos anos que Catherine sofria secretamente um
medo e angústia muito grandes. Certa vez, foi surrada por
Martin, quando descobriu que ele procurava serviçais no meio
da madrugada para satisfazer seu insaciável desejo por sexo.
Houve uma ocasião em que uma delas havia ficado grávida, e
quando Martin descobriu, deu sumiço na pobre mulher.
Catherine tinha quase certeza de que ele a matara, pois o
seguira na noite em que levou a serviçal até as salas
subterrâneas e, depois de longo tempo, retornou só.
Quando Alain chegou com seus homens à taberna de
Dízier, ainda faltavam cerca de duas horas para o almoço. O
lugar encontrava-se completamente deserto, a não ser por um
homem que aparentava estar embriagado, sentado em uma
das mesas do canto da taberna, segurando uma caneca de
vinho.
Alain entrou acompanhado por quatro homens, enquanto
os demais cercavam todo o lugar.
Dízier estava atrás do balcão, enxugando algumas canecas
que acabara de lavar. — Bom dia, Dízier — disse Alain —
estamos aqui para levá-lo até o castelo do senhor Martin.
Dízier, apreensivo, levou a mão lentamente ao cabo de
sua espada que estava debaixo do balcão, dizendo: — E por
que deveria ir até o castelo? Fiz algo que fosse contra as leis
tirânicas de seu senhor? É quase hora do almoço e muitas
pessoas vêm comer em minha taberna. — Alain percebeu que
Dízier tentava pegar algo sob o balcão.
— Se eu estivesse em seu lugar colocaria as mãos
novamente sobre o balcão e aceitaria meu convite sem criar
problemas. Neste momento, existem mais de trinta homens
em torno desta taberna. Você não venceria a todos. Lutar
cansa e depois, nem todos estão armados apenas com espadas.
Guardas! — quando Alain gritou, chamando a atenção de seus
homens, três dos quatro soldados que o acompanhavam
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