Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

amigo, puxou-o contra seu peito e deu-lhe um forte abraço, em
sinal de que o perdoava pela dúvida a seu respeito.
Preocupado com a segurança de todos, Gien chamou a
atenção para que saíssem logo do local onde estavam, pois em
breve iriam descobrir sobre a fuga deles.
Os convidou para que o acompanhassem até a casa de um
tio seu, que era dono de uma das mais famosas ferrarias
daquela região da França.
— Meu tio não irá se importar em nos esconder até que
tudo se acalme novamente. Lá estaremos protegidos.
— Gien tem toda a razão — concordou prontamente
Grassac — Vocês devem seguí-lo para que se salvem. Eu irei
atrás de Etiènne e o levarei até vocês. Gien me ensinará o
caminho até a ferraria. Todos estão de acordo com isto?
Michel, apesar de seu coração pedir para que
acompanhasse Grassac na busca de seu irmão, sabia que não
estava em condições físicas e acabaria o atrapalhando. Olhou
para os outros amigos incitando a aprovação de todos. Dízier e
Gien assentiram com a cabeça. Michel voltou-se para Leon e
percebeu que seu grande amigo estivera mergulhado em
profunda conturbação. Era como se houvesse uma pesada
sombra sobre seu semblante. Estava muito sério e cabisbaixo.
Estranhou, mas voltou-se para Grassac e concordou.
— Sim, todos estão de acordo. Mas... o que vai fazer com
Paul... quero dizer, com este salafrário?
— Eu pensava em tirar-lhe a vida mas, Dízier tem razão. Já
perdi muito tempo com esta loucura e mesmo que eu o mate,
não me livrarei das terríveis lembranças e nem trarei meu pai
de volta à vida. — Grassac por um momento fitou Gallard
desacordado no solo e continuou falando — Talvez eu devesse
cortar-lhe a língua ferina? Não! Vou amarrá-lo e o deixarei
preso atrás destes arbustos. Quem sabe os ratos venham fazer
amizade com ele. Afinal, não são da mesma laia? Talvez até
sejam parentes, mas temo estar ofendendo aos pobres ratos.
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