Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

em busca de Dízier, o taberneiro. Logo em seguida, saíram
mais trinta homens para fazer a guarda e preparar as
armadilhas no bosque, por onde a maioria dos freqüentadores
da taberna costumava passar.
Dentro do castelo, todos os outros guardas estavam de
prontidão. Todos os postos de segurança foram reforçados e as
trancas, todas verificadas.
Catherine, vendo todo aquele alvoroço, começou a ficar
assustada. Procurou por Martin, que foi encontrado nas
despensas do castelo, coordenando uma nova arrumação
pessoalmente.
— Meu senhor, desculpe o incômodo, mas estou muito
apreensiva. O que está acontecendo? Por que todo este
movimento? Os ingleses estão chegando?
Martin estava muito suado e ofegante, um pouco por
cansaço e um pouco por euforia e ansiedade, pelos
acontecimentos que estariam por vir.
— Não diga isso! — Martin repreendeu-a com uma voz
forte. — Essa história de ingleses não passa de um maldito
boato, eles nunca vão invadir a França, muito menos Amiens e
as cidades vizinhas. O rei Philipe VI jamais permitiria que isso
acontecesse. — Respondeu com muita firmeza e confiança.
— Então por que todo este movimento dentro do castelo,
por que tantos guardas armados por todos os lados? Meu
senhor está estocando provisões na despensa?
— Não! Tudo o que está acontecendo é apenas para
garantir o nosso luxo e riqueza por mais um bom tempo.
Agora chega de perguntas idiotas e vá ordenar às serviçais
que preparem um grande banquete para o almoço. Hoje será
um dia histórico para Amiens.
— Sim, meu senhor! — Catherine virou-se e saiu das
despensas cheia de cólera. Já não agüentava mais ser tratada
com indiferença e grosseria por Martin. Em seu íntimo, ela
sempre pensava que um dia ele pagaria por todo o mal que
fizera a ela e a todas as pessoas de Amiens.
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