Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Martin estava exausto, pois estivera em constantes
combates nos ermos da França. Eliminou com grande
dificuldade o arauto do rei, lutou contra grupos de
mercenários que tentavam saquear os diversos peregrinos em
fuga de várias cidades francesas, e até mesmo seu grupo de
soldados. Rechaçou todas as investidas com grande
determinação. Recrutou novos homens que vagavam sós,
cujas habilidades com espadas e machados de batalha
puderam ser comprovadas nos combates que foram
necessários durante as várias tentativas de seu
aprisionamento, por grupos de soldados de Paris, fiéis ao rei
da França.
Pensava em todos estes recentes acontecimentos
enquanto despia sua maltratada armadura, quando foi
interrompido por batidas em sua porta. Com um forte grito,
solicitou que o visitante se identificasse. Era Alain Dumas.
— Entre, Alain, a porta está aberta!
— Meu senhor, perdoe-me incomodá-lo, mas trago
informações inquietantes.
— Do que se trata? Conseguiu saber o motivo de
tamanha desordem na cidade? Conseguiu saber o motivo pelo
qual os soldados liberaram as fronteiras da cidade? Executarei
pessoalmente o culpado por esta traição e desordem!
— Meu senhor, os problemas são ainda maiores do que
esperava.
Martin era um sujeito tão arrogante quanto impaciente, e
bastou lançar seu olhar fulminante para que Alain se
apressasse a esclarecer os problemas.
— Quando entramos no castelo, pela passagem do
calabouço, encontramos o cadáver de Gallard Gellion no
túnel. Estava desfigurado, com dezenas de ratos sobre o que
ainda restava de sua carcaça.
Martin ficou surpreso, e pensativo. Essa, na verdade, lhe
era uma boa notícia, pois não precisaria mais pagar pelos
serviços do linguarudo. Mas quem o teria matado?
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