Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

A julgar pelo brilho que emanava das cintilantes palavras
estampadas na fria rocha, Michel, percebeu que nenhuma
espécie de tintura conhecida fora usada para escrever aquela
frase, que por sinal, tinha cada letra desenhada precisamente!
Olhou maravilhado e boquiaberto para seu irmão, esperando
que ele se pronunciasse. Etiènne, deu um sorriso, suspirou
aliviado, e limitou-se a dizer — Eis o caminho!
Os dois avançaram, sentiram um estranho vento frio
sobre suas cabeças, e o archote deu visão a uma enorme
passagem, que descia levemente, como se fosse um túnel sem
fim. Era largo o suficiente para que passassem duas dúzias de
bois lado a lado, e bastante alto.
— A não ser pela escuridão, a caravana não terá
problemas para passar por este largo túnel. — disse Michel. —
mas onde será que isso termina?
— Não tema meu irmão! Termina em nossas novas terras.
Em nosso paraíso, onde viveremos felizes e sem opressão! —
retrucou Etiènne, muito confiante.
Decidiram então, que a partida da caravana seria no dia
seguinte, e voltaram para o acampamento, que a essa altura
mais parecia uma cidade, tamanha era a quantidade de
barracas, pessoas e animais.
Na manhã seguinte, no dia em que os líderes do Conselho
resolveram partir pelo caminho de Etiènne, através da gruta
onde conhecera Sindazel, a alegria do enorme grupo de
peregrinos que já estava reunido era indescritível. Todos se
abraçavam, sorriam e apertavam as mãos uns dos outros.
Seguiram animados, para um mundo desconhecido, sem saber
sobre os perigos e aventuras que os aguardavam. Não tardaria
para que a euforia se transformasse em medo e discórdia.
Antes do final da tarde, toda a caravana já havia entrado
pela gruta, e já avançava pelos sombrios e rochosos corredores
da montanha. Mas para aflição de Michel e Etiènne, antes
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