Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

— Eu aceito! — Etiènne ficara emocionado. — Levarei não
só o presente, mas também seu belo rosto e sua doce voz,
eternamente em meu coração. Não importa o que diga agora,
Sindazel. Mas eu prometo que iremos nos ver novamente,
antes do que possa imaginar! — Exclamou com uma certeza
de que somente ele era capaz. Estava encantado com a Vangi,
e imaginar que não a reencontraria futuramente era algo que
não podia aceitar. Por que teria o destino o levado até aqueles
seres? Apenas para que indicassem uma nova terra? Não,
certamente o seu encontro com Sindazel ocultava algo mais.
Seu peito arfava com uma emoção inexplicável. Sempre fora
muito espontâneo com suas novas amizades, se entregando de
todo o coração, mas diante de Sindazel, não era apenas sua
peculiar espontaneidade que lançava seu coração em
abrasadoras chamas de desejo, que o consumiam enquanto
caminhavam. Que tipo de feitiço teria aquela criatura lançado
sobre ele, para que se sentisse tão atraído? Como explicar?
Estava amando Sindazel!
— Não diga isso, como podes prometer algo que não está a
teu alcance? Como podes prometer me reencontrar? Tu, a
quem encontrei pelas mãos do destino. Não pode controlar o
destino. Vou considerar tuas palavras como um saudoso
desejo em meu coração. — ao dizer estas palavras, mais uma
vez Sindazel aproximou-se de Etiènne e passou sua suave mão
no rosto dele, fazendo-o desfalecer. Etiènne acordaria minutos
mais tarde, em segurança, próximo a entrada da gruta
recostado em uma pedra lisa. Teria retrucado, se houvesse
chance, dizendo que Deus era o verdadeiro Caminho e destino
de todos, sendo bondoso e caridoso com seus devotos servos,
e por Sua mão Santa, iria reencontrá-la. No fundo, Etiènne
acreditava que Sindazel e seu pai eram verdadeiros anjos do
Senhor.
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