Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

isso há muito tempo! — levou Etiènne até a frente do patamar,
e lhe mostrou a surpreendente imagem. Aproximadamente a
uns quinze mil metros abaixo, em direção ao centro da Terra,
ele pôde ver uma enorme floresta, que se estendia por
quilômetros. Pôde observar também que havia montanhas,
rios, planícies, enfim, havia todo tipo de terreno e tudo parecia
muito sereno. Pensou se não seria ali o Paraíso, o Éden, onde
encontrariam os anjos do Senhor.
— Não! Não penses que este lugar é o Paraíso que os
homens tanto sonham um dia herdar. Na verdade, vós ireis
começar uma nova vida neste lugar, e encontrareis muitos
obstáculos até conseguirem se estabelecer definitivamente e
viver dias de paz. — o comentário de Granuzael fora austero e
intimidador.
— Que tipo de obstáculo poderemos encontrar em um
lugar tão belo como este? — questionou Etiènne.
— Os obstáculos que o próprio destino vos revelará. Agora
vamos voltar, tu tens uma missão importante.
— Que missão seria essa? — indagou.
— Tens que buscar teu irmão. Ele precisa de tua ajuda neste
momento. Vamos! — Granuzael encolheu suas enormes asas e
passou a frente de Etiènne, acenando para que ele o seguisse.
Retornando ao salão principal, por onde haviam descido as
escadas até o fabuloso patamar, Granuzael pediu a sua filha
que conduzisse Etiènne até a floresta. O francês estava ansioso
em poder voltar e reencontrar seu irmão. Queria contar-lhe
tudo o que vira e preparar a viagem o quanto antes. Granuzael
despediu-se de Etiènne com um carinhoso abraço. Sentiu-se
alegre e verdadeiramente feliz, com aquele reconfortante
abraço de um ser tão sobrenatural. Sentiu o perfume no ar,
uma enorme paz caiu sobre ele. Estava admirado com aquele
Vangi esplendoroso. Apertou-lhe a mão, e deixou-o, com certa
relutância.
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