Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

Um murmúrio percorreu as fileiras da tropa de anões até
que, mais uma vez, a trombeta dos anões soou, e em seguida,
todos silenciaram.
Um único anão caminhou vagarosamente na direção dos
peregrinos, a passos firmes e barulhentos. Parou diante de
Michel e seus companheiros, e fitou um a um, com olhar
surpreso. Com uma linguagem rude e gutural, pronunciou
algumas palavras indescritíveis, em tom ameaçador.
Os companheiros se entreolharam, sem saber ao certo
como reagir diante de tão inusitada situação. Todos ainda
seguravam suas armas. Peter, um pouco mais à distância,
tinha o anão bem na mira de seu longo arco.
Etiènne, afoito como sempre, deu um passo na direção
do anão anunciando que estavam ali apenas defendendo-se de
uma horda de monstros tenebrosos.
O anão imediatamente deu as costas aos homens ali
parados, e caminhou em direção ao seu grupo. Todos ficaram
pasmos com a arrogância daquela criatura pequena e
insignificante.
— Seria uma ótima idéia revermos a questão do nome
que escolhemos para este lugar — comentou Grassac. — De
virgem, não tem nada! Por enquanto, parece que estamos
todos tendo um pesadelo.
— Sou obrigado a concordar — concordou Michel, e os
demais, ainda assustados com o desenrolar da agitada noite,
assentiram com a cabeça, também concordando.
Enquanto os anões faziam uma enorme algazarra, vários
dos franceses peregrinos se aproximaram de Michel e seus
companheiros, movidos pela curiosidade.
Aquele impasse durou ainda cerca de cinco minutos. Os
anões pareciam discutir calorosamente acerca dos peregrinos
que estavam ali, e muito provavelmente, deviam estar
decidindo o que fariam a respeito.
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