Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

eles se separaram e jamais haviam encontrado-se novamente,
até aquele momento.
Aquela interminável troca de olhares foi o suficiente para
que Gallard tentasse dar um empurrão em Grassac e passar
para o lado de Alain. Como o intruso era muito forte, o
encontrão que o mercenário tentara não funcionou e Gallard
acabou caindo ao chão, bem à frente de Grassac. No mesmo
instante, levou a ponta de sua espada à garganta do
mercenário.
— Maldito seja! Pensa que vai escapar? — Grassac estava
furioso e confuso ao mesmo tempo. Mantinha Gallard sob a
espada, mas novamente virou o rosto para falar com Alain. Os
soldados já apontavam suas bestas para Grassac, aguardando
a ordem de seu capitão.
— Grassac, meu amigo. Tenha calma. Não sei o que está se
passando, mas quero ajudá-lo a sair deste lugar com vida.
Mesmo que você esteja envolvido com estes Conspiradores,
intercederei por você junto a meu senhor, — Alain jamais
esqueceria que foi salvo por um amigo — mas preciso que
você colabore e se entregue agora. — Alain usava um tom de
voz amigável, para não dar a impressão de que o pedido fosse
uma ordem arrogante, o que poderia complicar as coisas.
Grassac, envolvido demais com sua vingança naquele
momento, recusou a oferta de seu amigo, insistindo que
cumpriria a promessa de matar o culpado pela morte de seu
pai.
— Não seja tolo, você estará me obrigando a fazer o que
não quero. Somos amigos e não gostaria de ter que presenciar
sua morte. Eu lhe imploro, em nome de nossa amizade, se
entregue e evite o pior...
Enquanto Alain falava mansamente, a ira de Grassac
aumentava e, de súbito, ergueu a espada violentamente para
desferir um golpe fatal em seu inimigo. Gallard, aterrorizado,
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