Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

uma solução que pudesse evitar o colapso definitivo daquele
grupo, mas no fundo, sabia que a única solução deveria ter
como alicerce, a união daqueles dois para que as pessoas não
desistissem definitivamente de estar ali.
Peter pensou em ir atrás de Etiènne, a fim de contar-lhe
sobre os problemas que seu irmão estava passando, mas logo
descartou esta possibilidade, pois a idéia de sair sozinho por
aquele lugar desconhecido, cheio de criaturas demoníacas, lhe
parecia um tanto absurda. Haveria de esperar que uma nova
tropa de anões pudesse passar por ali para que ele a
acompanhasse, a exemplo de como fizera Etiènne.
Foi quando teve a idéia de promover um concurso de
arco, para descontrair aquelas pessoas, ao mesmo tempo em
que poderia ensinar aquela bela arte aos peregrinos, que
certamente mostrar-se-ia necessária num futuro bem próximo.
A idéia teve o apoio tanto de Michel quanto de Grassac,
e isso fez com que os dois se aproximassem novamente, além
de ter garantido dias mais tranqüilos entre todos.
Em poucas semanas, as primeiras construções já
estavam erguidas e a vida começava a caminhar de forma
mais amena. As turbulências de adaptação foram superadas,
os relacionamentos ficavam mais íntimos entre o povo. Novos
romances surgiam, novas grandes amizades estavam sendo
formadas entre aquelas pessoas, novos empolgados arqueiros
estavam sendo treinados por Peter, enfim, o medo arrefecera,
e as pessoas já podiam considerar que estavam, de fato,
começando suas vidas novamente. Momentos felizes
começavam a rondar o povo de Michel.
O que parecia impossível havia se tornado realidade,
graças à iniciativa de um bretão que, não obstante, também
tinha sangue franco correndo em suas veias. Mas se
dependesse apenas de Michel, nem estaria entre eles. Afinal,
Peter Wells não era um arqueiro de elite do exército inimigo à
França?
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