Virgo - A Era dos Homens - Roberto Laaf

— Curioso, ele não me disse nada a respeito. — Etiènne
ficou pensativo, tentando imaginar o motivo pelo qual Bakhin
não revelara a ele, a desconfiança de estarem sendo seguidos
por goblins. Teria perguntado outras coisas ao impaciente
anão, mas ele não se deteve muito com Etiènne e retornou
resmungando para seus afazeres.
Sem encontrar uma maneira de ser útil diante daquele
alvoroço todo provocado pelos anões, Etiènne tornou a sentarse
onde havia passado a noite, e mais uma vez mergulhou em
seus pensamentos, tendo Sindazel como protagonista.
Não conseguia tirar de sua mente aquela imagem
angelical. Por um momento, pensou em como fora idiota, em
não ter abraçado, sentido seu corpo, beijado os lábios de
Sindazel. Era tarde demais para pensar nisso, e a possibilidade
de nunca mais poder estar com ela novamente o torturava
mais e mais a cada dia que passava.
Não passou muito tempo, e um anão se aproximou de
Etiènne. Curiosamente, este anão tinha uma pronúncia clara
da língua francesa. Quase não acreditou que aquele anão
pudesse falar tão bem sua língua, e ficou muito satisfeito.
— Não gostaria de incomodar vosso descanso, mas
precisamos partir imediatamente! — afirmou o anão.
Etiènne estava incrédulo ao ouvir o anão proferir
aquelas palavras tão perfeitas.
— Onde está Bakhin? Ele já retornou?
— Partiremos sem ele. Foram ordens expressas. Caso ele
não retornasse até que tudo estivesse pronto para a partida,
não deveríamos mais esperá-lo.
— Mas não podemos deixá-lo para trás, e se ele estiver
precisando de ajuda? — Etiènne estava inconformado. Ainda
não estava acostumado com a frieza dos anões, quando
precisavam tomar decisões, e ainda sofreria muito com isso no
futuro. — Por que não organizamos outro grupo para ir em
busca de Bakhin? Vamos deixá-lo à própria sorte?
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