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Prosa - Academia Brasileira de Letras

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Poesia brasileira no século XX<br />

Cronologicamente, aparecem Antonio Carlos Secchin e Alexei Bueno, dois<br />

poetas que tratam a palavra com arte invejável, seja pela cultura que transpira<br />

<strong>de</strong> seus versos <strong>de</strong> “profissionais”, seja através do respeito às normas tradicionais,<br />

seja pela abertura temática, em que Alexei, como o já citado Tolentino,<br />

inova nos poemas <strong>de</strong> longo curso e Secchin no fino acabamento <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>nsos<br />

poemas curtos. Caberia, num texto mais longo, mencionar poetas que vêm <strong>de</strong>ixando<br />

trabalhos importantes, como Mário Faustino, Álvaro Alves <strong>de</strong> Faria,<br />

Donizete Galvão, Betty Vidigal, entre outros <strong>de</strong> apreciável valor.<br />

Reitero que não me <strong>de</strong>tenho nos que apenas começavam no final do século<br />

(anos 90) nem nos que já neste é que começam. Moveu-me a estas notas não um<br />

julgamento pessoal <strong>de</strong> inclusões e exclusões, mas a certeza, ao contrário do que<br />

circula em certos meios, <strong>de</strong> que tivemos um século <strong>de</strong> exemplar riqueza, que se<br />

sobrepõe à pobreza abundante que se expõe nas livrarias, recitais, encontros e<br />

sites da web, on<strong>de</strong> a incompetência verbal pareceria caracterizar o todo <strong>de</strong> nossa<br />

poesia. Não é certo. Des<strong>de</strong> os gran<strong>de</strong>s da primeira meta<strong>de</strong> do século aos mais recentes<br />

poetas, há o que julgo essencial: mestria, consciência artística. Em 20 (não<br />

necessariamente aqueles 20 da discutida sondagem da excelente revista Poesia<br />

Sempre nem os pensados pelo colombiano Alvarado Tenório) ou 30 ou menos,<br />

ou mais, os vivos não <strong>de</strong>smerecem a herança dos mortos.<br />

Vislumbro nos textos <strong>de</strong>stes novos, nos caminhos que andam buscando, a<br />

hipótese <strong>de</strong> confirmação do que Mário dizia e citei acima, em sua conferência<br />

<strong>de</strong> 1945, pronunciada na Casa do Estudan<strong>de</strong> do Brasil, no Rio, numa <strong>de</strong> suas<br />

últimas aparições públicas. E que Antonio Candido, com outras palavras, parece<br />

ecoar na sua obra clássica, Formação da Literatura <strong>Brasileira</strong> – Momentos Decisivos.<br />

Quero crer que o longo momento do século XX, iniciado ainda no século<br />

anterior, <strong>de</strong>monstraria que nossa criação literária está madura, tendo produzido<br />

obras <strong>de</strong> inconteste e perdurável valor.<br />

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