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Prosa - Academia Brasileira de Letras

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Everton Barbosa Correia<br />

bó, dado que dois <strong>de</strong> seus irmãos (do ramo Tapera) se casaram com dois <strong>de</strong> seus<br />

primos (do ramo Timbó), a que se <strong>de</strong>veu certamente a transmissão do respectivo<br />

engenho para um filho <strong>de</strong> outro ramo, também convertido em poema no<br />

mesmo livro: “Fotografia do engenho Timbó”.<br />

O Barão <strong>de</strong> Moreno, cujo título honorífico remete ao engenho homônimo,<br />

po<strong>de</strong>ria ter sido o substituto natural do Marquês <strong>de</strong> Olinda e do Con<strong>de</strong><br />

da Boa Vista. Encargo que recaiu sobre seu primo Domingos <strong>de</strong> Sousa Leão<br />

(Barão <strong>de</strong> Vila Bela) – pela mão <strong>de</strong> quem Joaquim Nabuco entrou na política<br />

– e transmitido <strong>de</strong> volta a seu irmão caçula, Luís Felipe <strong>de</strong> Sousa Leão,<br />

também tio-bisavô <strong>de</strong> João Cabral. 3 Daí resulta a acolhida que Antonio <strong>de</strong><br />

Souza Leão <strong>de</strong>votou ao imperador 4 , o que também foi gravado em poesia<br />

3 “Domingos <strong>de</strong> Souza-Leão, apesar <strong>de</strong> flexível e equânime, não tinha qualida<strong>de</strong>s notáveis <strong>de</strong><br />

comando, sendo suspeito <strong>de</strong> fraqueza para com a po<strong>de</strong>rosa parentela, a qual veio a ser quase<br />

tão odiada quanto a oligarquia Cavalcanti trinta ou quarenta anos antes. Seu falecimento em<br />

1879 transferiu ao primo, Luís Felipe <strong>de</strong> Souza-Leão, uma chefia diminuída pela <strong>de</strong>fecção<br />

dos ‘cachorros’. Ao contrário dos conservadores, os liberais pernambucanos não pu<strong>de</strong>ram<br />

dispor <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res verda<strong>de</strong>iramente nacionais. Nem Vila Bela nem Luis Felipe chegaram<br />

realmente a ser, à maneira <strong>de</strong> João Alfredo, ‘vice-reis’ do Norte, condição sine qua non da<br />

ambição nacional <strong>de</strong> um político pernambucano; ambos não passaram nunca <strong>de</strong> caciques<br />

provinciais, embora Vila Bela tivesse procurado acaudilhar o situacionismo liberal das<br />

províncias do norte. [...] Natural assim que sorrisse a políticos <strong>de</strong> outras províncias a<br />

perspectiva <strong>de</strong> explorar em benefício próprio as dissensões dos correligionários<br />

pernambucanos: o caso <strong>de</strong> Sinimbu, que terminou apoiando os ‘cachorros’; eo<strong>de</strong>Saraiva, que<br />

preferiu dar mão forte aos ‘leões’. MELLO, Evaldo Cabral <strong>de</strong>. “Açucarocracia pernambucana<br />

e os engenhos centrais”. In: O Norte Agrário e o Império (1871-1889). 2. a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Topbooks, 1999. pp. 186-187.<br />

4 “O já Comendador (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1855) Antonio <strong>de</strong> Sousa Leão foi dos cinco encarregados dos<br />

preparativos da recepção e especialmente incubido da hospedagem em Palácio. [...] Cada<br />

membro da comissão gastou para mais <strong>de</strong> oito contos. Agraciou-o S.M. o ano seguinte com<br />

outra Comenda, a <strong>de</strong> Rosa.<br />

É <strong>de</strong> presumir que a perspectiva <strong>de</strong>ssa visita o <strong>de</strong>cidisse a fabricar o sobrado atual. Fê-lo no<br />

mesmo local da casa anterior, visto como, durante a fase da construção, foi na do administrador<br />

(ultimamente <strong>de</strong>molida) que ele morou. O puxado em que estão cozinha e pendências fazia<br />

parte da casa substituída, isto é, da que existia em 1753, quando da <strong>de</strong>marcação, que tão pouco<br />

sabemos se seria a primitiva.” LEÃO FILHO, Joaquim <strong>de</strong> Sousa. Morenos: Notas Históricas sobre o<br />

Engenho no Centenário do Atual Solar. Rio <strong>de</strong> Janeiro; Amsterdam: Colibris Editora, 1959. p. 14.<br />

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