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Prosa - Academia Brasileira de Letras

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SENHORAS, SENHORES:<br />

110 anos da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong><br />

Nosso fazer diário po<strong>de</strong> ser mo<strong>de</strong>sto como convém à <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> e austero<br />

como é do gosto dos acadêmicos, mas isto não quer dizer ausência, repito, <strong>de</strong><br />

intimida<strong>de</strong> com o quotidiano do povo brasileiro, inclusive <strong>de</strong> suas aspirações<br />

no plano do crescimento econômico e do <strong>de</strong>senvolvimento social. Temos ido<br />

ao encontro do Brasil, juntando-nos – como o fizemos pela primeira vez na<br />

história – à Corte Suprema, que nos acolheu, ou, por exemplo, subindo aos<br />

morros e chegando às veredas dos sertões para doar livros a meninos que vivem<br />

em favelas e pontas <strong>de</strong> rua.<br />

A <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> vive atenta aos versos <strong>de</strong> Gonzaguinha a nos ensinar: “Eu fico<br />

com a pureza da resposta das crianças / É a vida! É bonita e é bonita! / Viver e não ter a vergonha<br />

<strong>de</strong> ser feliz / Cantar e cantar e cantar / A beleza <strong>de</strong> ser um eterno aprendiz.”<br />

Somos, assim, fiéis à memória <strong>de</strong> Machado, menino pobre nascido no Morro<br />

do Livramento. Aliás, amanhã, 29 <strong>de</strong> setembro, assinalaremos os 99 anos<br />

do seu falecimento.<br />

EXCELÊNCIAS, SENHORAS, SENHORES:<br />

Mestre Raymundo Faoro lembra que rebentamos com a suposta tradição<br />

<strong>de</strong> absenteísmo, na noite solene <strong>de</strong> 1906, quando aqui ingressava Eucli<strong>de</strong>s da<br />

Cunha, recebido por Sílvio Romero. Naquela noite também ingressou no salão<br />

a emoção pública e o <strong>de</strong>bate político.<br />

José Sarney, nosso querido <strong>de</strong>cano e orador oficial <strong>de</strong>sta sessão, já observou,<br />

com a sua reconhecida sabedoria, que, se Machado <strong>de</strong> Assis foi o lí<strong>de</strong>r que nos<br />

<strong>de</strong>u as normas, que insuflou a vida perdurável, a constituição da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> foi<br />

um ato político, realizado por um gran<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r.<br />

Teremos que dar constância a tudo isto.<br />

Uma <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> nova, observava Nabuco, é como uma religião sem mistérios:<br />

falta-lhe solenida<strong>de</strong>. A Casa já tem solenida<strong>de</strong>. Há muitos mistérios, <strong>de</strong>certo,<br />

nos seus anos <strong>de</strong> vida. E convém não <strong>de</strong>svendá-los todos.<br />

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