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Prosa - Academia Brasileira de Letras

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Subjetivida<strong>de</strong>, história e genealogia em João Cabral<br />

por João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto no mesmo livro, sob o título <strong>de</strong> “O Engenho<br />

Moreno”.<br />

Sem a pompa do Engenho Moreno, sem a gravida<strong>de</strong> do barão, o Timbó é<br />

engenho que pertenceu a um <strong>de</strong> seus bisavôs, Felipe <strong>de</strong> Souza Leão, irmão do<br />

Antonio. Conforme consta no poema “Fotografia do Engenho Timbó”, o respectivo<br />

engenho é o local preciso on<strong>de</strong> nascera uma <strong>de</strong> suas avós: Maria Rita<br />

<strong>de</strong> Souza Leão, <strong>de</strong>pois Cabral <strong>de</strong> Mello, dado que contraiu núpcias com João<br />

Cabral <strong>de</strong> Mello, avô. Sendo filha <strong>de</strong> Felipe <strong>de</strong> Souza Leão (filho) e Ermelinda<br />

<strong>de</strong> Moraes Silva é, portanto, bisneta do dicionarista Antonio Moraes Silva, tetravô<br />

do poeta.<br />

Antonio <strong>de</strong> Moraes Silva se casou com Narcisa Pereira da Silva em Lisboa,<br />

a 7 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1794. Sua esposa era filha do Tenente-Coronel Roberto<br />

Pereira da Silva, <strong>de</strong>signado a comandante <strong>de</strong> um dos regimentos <strong>de</strong> Pernambuco,<br />

on<strong>de</strong> fixou residência e alcançou o cargo <strong>de</strong> tenente-general. Tendo acompanhado<br />

o sogro, <strong>de</strong>certo ao intermédio <strong>de</strong>ste se <strong>de</strong>veu o <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> Juiz<strong>de</strong><br />

Fora da Paraíba para o lexicógrafo, que o rejeitou, tendo continuado a exercer<br />

o ofício <strong>de</strong> advogado, como já o vinha fazendo em Recife, ao que reputava<br />

maiores conveniências.<br />

Com a subida do Ministério Viscon<strong>de</strong> Balsemão, LuizPinto <strong>de</strong> Souza<br />

Coutinho, o antigo embaixador <strong>de</strong> Londres a quem servira como secretário e<br />

<strong>de</strong> cuja biblioteca tinha usufruído, Antonio <strong>de</strong> Moraes Silva foi convidado a<br />

comparecer em Lisboa para assumir cargos que, agra<strong>de</strong>cidos, também foram<br />

rejeitados. De lá voltou como Juiz<strong>de</strong> Fora e Provedor dos Ausentes da cida<strong>de</strong><br />

da Bahia, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>saveio com o Chanceler da Relação. Somado o <strong>de</strong>sentendimento<br />

ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> sua mulher ficar próxima dos pais e à moléstia na vista<br />

pela qual foi acometido Moraes Silva – sacrificando-lhe um dos olhos –, em<br />

1796, já tinha adquirido a proprieda<strong>de</strong> do sogro em Pernambuco, paga no ano<br />

seguinte com o resultado dos seus trabalhos. Dali não saiu mais, senão para re-<br />

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