Prosa - Academia Brasileira de Letras

More documents

Recommendations

Info

Alphonsus de Guimaraens Filho, mago do lirismo (1918-2008) asas/ irão espatifar-se contra casas/ sem que se cale/ o pássaro da morte, e seu segredo/ até prometa revelar-se cedo/ demais. (...). O poeta é declaradamente cristão. Mas sem religiosidade de sentido conceituoso ou aliciante, sem o ritual altissonante dos rogos ou das invocações. As vibrações de seu misticismo emanam do fundo de suas próprias fibras, entendidas (e distendidas) como substância de uma totalidade existencial medularmente comprometida com o mistério e a preocupação da morte: - Põe, por favor, aquela sinfonia lilás e desolada./ Não lhe chames fantástica./ Deixa-me ouvir os passos dos duendes./ Bela esta flor./Bela, mas quem a susteve/ assim, no frágil caule, nesta noite de chuva/ e de vento agressivo? (...) Com mais de 30 anos de intensa atividade literária (Poemas da Ante-Hora éo seu 15. o livro), Alphonsus Filho dá bem um exemplo de que o domínio técnico pode disciplinar o fluxo da motivação poética, por mais exuberante que seja, conservando a sua carga de espontaneidade e fidelidade aos mais íntimos impulsos do artista. Nele, por sinal, o exercício da técnica não se fazsentir através do uso abusivo dos suportes convencionais do discurso poético, já que o poeta parece confiar mais na expressividade natural imanente à própria transcendência de seus temas. Assim, no poema “Rostos”, o emprego de uma aliteração mais forte (rostos, rastos, restos) dilui-se numa atmosfera densa de espiritualidade (que é a de todo o livro), desempenhando discretamente sua função de acessório estrutural. A hegemonia da mensagem de Alphonsus Filho privilegia os versos longos e os ritmos lentos mais condizentes com a solenidade temática: Entra, é a tua hora; entra de cinza ou de preto, entra com tuas âncoras secretas/ para fundear-te neste cais de sono e isolamento.” A propósito do elo que dá continuidade e entrelaça a lírica dos Guimaraens, vale por fim assinalar uma constante de ressonâncias siderais que se manifesta na lua melancólica de Alphonsus, na fidelidade aos mandamentos das estrelas, como disse Drummond sobre Alphonsus Filho, e na explosão de galáxias nos poemas de Afonso Henriques Neto. Afonso, por sinal, viu uma estranha mão a empurrar essa família para o mundo das letras, talveznuma alusão que se estende aos jovens Domingos e Augusto, bisnetos do príncipe dos príncipes mineiros e com livros de poesia na praça. 181
O poeta João Cabral de Melo Neto, sentado em um banco de praça, contemplando o Rio Capibaribe. Escultura de Demetrio Albuquerque, 1,50 x 0,80 cm em concreto, 2004.
Page 1 and 2:
Luís Viana Filho
Page 3 and 4:
Arthur Virgílio marães, segundo a
Page 5 and 6:
Arthur Virgílio Volto ao campo pol
Page 7 and 8:
Arthur Virgílio se que relataria o
Page 9 and 10:
Arthur Virgílio deste das regiões
Page 11 and 12:
Arthur Virgílio Retomo o curso de
Page 13 and 14:
Marcos Vinicios Vilaça Lúcio de M
Page 15 and 16:
Marcos Vinicios Vilaça SENHOR PRES
Page 17 and 18:
Marcos Vinicios Vilaça O cuidado p
Page 19 and 20:
Prédio da ABI, RJ.
Page 21 and 22:
Arnaldo Niskier dito. Sem comunica
Page 23 and 24:
Arnaldo Niskier não são mais como
Page 25 and 26:
Arnaldo Niskier cia em si da socied
Page 27 and 28:
Arnaldo Niskier “todos têm direi
Page 29 and 30:
Arnaldo Niskier abolido por Napole
Page 31 and 32:
Arnaldo Niskier comunicação nacio
Page 33 and 34:
Arnaldo Niskier ção pública e co
Page 35 and 36:
João do Rio
Page 37 and 38:
Lêdo Ivo tornando-se até laborat
Page 39 and 40:
Lêdo Ivo João do Rio celebrou, nu
Page 41 and 42:
Lêdo Ivo tória da imprensa brasil
Page 43 and 44:
Lêdo Ivo sombra, e o transcorrer d
Page 45 and 46:
Lêdo Ivo tecnológicas do século
Page 47 and 48:
Sábato Magaldi objetivas da vida,
Page 49 and 50:
Sábato Magaldi inevitável disputa
Page 51 and 52:
Sábato Magaldi “Quando mais nada
Page 53 and 54:
Sábato Magaldi “O meu esforço c
Page 55 and 56:
Sábato Magaldi mente seus festivai
Page 57 and 58:
Sábato Magaldi Caberia ainda exami
Page 59 and 60:
Luiz Paulo Horta história de um me
Page 61 and 62:
Luiz Paulo Horta “Je blâme égal
Page 63 and 64:
Luiz Paulo Horta outro lado da cama
Page 65 and 66:
Luiz Paulo Horta obra. Leu muito Ni
Page 67 and 68:
Luiz Paulo Horta “O perigo não s
Page 69 and 70:
Luiz Paulo Horta “O demônio, em
Page 71 and 72:
Luiz Paulo Horta E a oração, apen
Page 73 and 74:
Cyl Gallindo Ademais, eu estava num
Page 75 and 76:
Cyl Gallindo convivência na Casa d
Page 77 and 78:
Cyl Gallindo - Nenhum, respondi, is
Page 79 and 80:
Cyl Gallindo O Nordeste na obra ban
Page 81 and 82:
Cyl Gallindo afilado, cor preta e c
Page 83 and 84:
Cyl Gallindo Recordamos as visitas
Page 85 and 86:
Cyl Gallindo humana de artista, o e
Page 87 and 88:
Cyl Gallindo Dançar um tango argen
Page 89 and 90:
Jurandir Malerba mas estruturais el
Page 91 and 92:
Jurandir Malerba acontecimentos his
Page 93 and 94:
Jurandir Malerba Como palco do espe
Page 95 and 96:
Jurandir Malerba mesmo objeto”, o
Page 97 and 98:
Jurandir Malerba ses potentados que
Page 99 and 100:
Jurandir Malerba que de Bragança e
Page 101 and 102:
Jurandir Malerba jando mutuamente e
Page 103 and 104:
Jurandir Malerba do, que atribuíss
Page 105 and 106:
Jurandir Malerba Poderão ser valio
Page 107 and 108:
Mário Alves de Oliveira Ocorreu po
Page 109 and 110:
Mário Alves de Oliveira “Heureux
Page 111 and 112:
Mário Alves de Oliveira “Foi all
Page 113 and 114: Mário Alves de Oliveira com ele. D
Page 115 and 116: Izacyl Guimarães Ferreira los ante
Page 117 and 118: Izacyl Guimarães Ferreira rescimen
Page 119 and 120: Izacyl Guimarães Ferreira Ainda qu
Page 121 and 122: Izacyl Guimarães Ferreira Murilo M
Page 123 and 124: Izacyl Guimarães Ferreira classifi
Page 125 and 126: Izacyl Guimarães Ferreira sem maio
Page 127 and 128: Izacyl Guimarães Ferreira didas, o
Page 129 and 130: Eça de Queirós
Page 131 and 132: Helder Macedo através dessa afirma
Page 133 and 134: Helder Macedo por efeito do testame
Page 135 and 136: Helder Macedo Dom Casmurro é a gra
Page 137 and 138: Helder Macedo podia senão tornar-s
Page 139 and 140: Helder Macedo portamento de Capitu
Page 141 and 142: Helder Macedo incluem e literalizam
Page 143 and 144: Helder Macedo De sorte que o mesti
Page 145 and 146: Helder Macedo se Machado de Assis t
Page 147 and 148: Helder Macedo A alegoria de Esaú e
Page 149 and 150: Gilberto Felisberto Vasconcellos Si
Page 151 and 152: Gilberto Felisberto Vasconcellos ç
Page 153 and 154: Gilberto Felisberto Vasconcellos
Page 155 and 156: Gilberto Felisberto Vasconcellos Po
Page 157 and 158: Gilberto Felisberto Vasconcellos co
Page 159 and 160: Alphonsus de Guimaraens Filho
Page 161 and 162: Luiz F. Papi co na vida dele, tanto
Page 163: Luiz F. Papi Bandeira, claro. E já
Page 167 and 168: Everton Barbosa Correia o que foi,
Page 169 and 170: Everton Barbosa Correia sociabilida
Page 171 and 172: Everton Barbosa Correia como se fos
Page 173 and 174: Everton Barbosa Correia bó, dado q
Page 175 and 176: Everton Barbosa Correia solver prob
Page 177 and 178: Everton Barbosa Correia ga-se de pa
Page 179 and 180: Everton Barbosa Correia sido public
Page 181 and 182: Everton Barbosa Correia rente. Recl
Page 183 and 184: Everton Barbosa Correia sileira. Co
Page 185 and 186: Everton Barbosa Correia Ainda em t
Page 187 and 188: Everton Barbosa Correia só não po
Page 189 and 190: Everton Barbosa Correia Referênci
Page 191 and 192: Elvia Bezerra Aconteceu que esses e
Page 193 and 194: Elvia Bezerra Ao que Bandeira respo
Page 195 and 196: Elvia Bezerra York quando saiu Belo
Page 197 and 198: Elvia Bezerra nha entrado ‘um lad
Page 199 and 200: Elvia Bezerra tão, casou com a ame
Page 201 and 202: Evanildo Bechara
Page 203 and 204: Paulo Roberto Pereira nio Candido,
Page 205 and 206: Paulo Roberto Pereira quase consens
Page 207 and 208: Paulo Roberto Pereira de lesa-majes
Page 209 and 210: Paulo Roberto Pereira cal, no intui
Page 211 and 212: Paulo Roberto Pereira Pedro Mesquit
Page 213 and 214: Guimarães Rosa
Page 215 and 216:
Adriano Espínola duas coleções;
Page 217 and 218:
Adriano Espínola mor” ao livro,
Page 219 and 220:
Adriano Espínola Tal entusiasmo do
Page 221 and 222:
Adriano Espínola IMENSIDÃO Cheiro
Page 223 and 224:
Adriano Espínola Por estradas de m
Page 225 and 226:
Adriano Espínola Conseguiram um ri
Page 227 and 228:
Adriano Espínola Também cedeu seu
Page 229 and 230:
Miguel Osório de Almeida
Page 231 and 232:
Gisele Sanglard Este artigo tem com
Page 233 and 234:
Gisele Sanglard todos que tratam do
Page 235 and 236:
Gisele Sanglard A relação com Gaf
Page 237 and 238:
Gisele Sanglard Comptes Rendues, pe
Page 239 and 240:
Gisele Sanglard principal expoente
Page 241 and 242:
Gisele Sanglard Os meios de divulga
Page 243 and 244:
Gisele Sanglard O Arquivo Históric
Page 245 and 246:
Gisele Sanglard Bibliografia e Fon
show all

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?