Prosa - Academia Brasileira de Letras
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Arnaldo Niskier<br />
“todos têm direito, <strong>de</strong>ntro dos limites da lei, <strong>de</strong> livremente expressar sua opinião,<br />
pela palavra oral e escrita, impressa, ou por representação pictórica”.<br />
O artigo 77 da dinamarquesa estabelece que<br />
“qualquer pessoa terá a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicar suas idéias, impressas, por escrito<br />
ou pela fala, estando sujeita a ser responsabilizada perante um tribunal<br />
<strong>de</strong> justiça”.<br />
O artigo 5 da alemã afirma que<br />
“todos terão o direito <strong>de</strong> livremente exprimir e disseminar sua opinião pela<br />
palavra oral, por escrito ou através <strong>de</strong> imagens e <strong>de</strong> se informar sem impedimentos,<br />
em fontes <strong>de</strong> acesso geral”.<br />
E o artigo 21 da italiana garante que<br />
“todas as pessoas terão o direito <strong>de</strong> exprimir livremente suas próprias opiniões<br />
pela palavra falada ou escrita e por quaisquer outros meios <strong>de</strong> disseminação”.<br />
Na prática, uma questão mais fácil <strong>de</strong> proclamar do que <strong>de</strong> concretizar.<br />
Porque a propensão natural à curiosida<strong>de</strong> nos assegura a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber<br />
<strong>de</strong> tudo, mas é preciso que o conhecimento tenha como objetivo escolher,<br />
com discernimento, o que po<strong>de</strong> nos ajudar a viver melhor. Tolerar todas as<br />
idéias não é aprová-las, dizer tudo não é aceitar todas as coisas. Assim, permitir<br />
a livre expressão <strong>de</strong> opiniões não significa estar <strong>de</strong> acordo com elas,<br />
mas concordar com o direito que o outro tem <strong>de</strong> pensar diferente <strong>de</strong> nós. E<br />
quanto mais nossa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> dizer se impuser limites, mais as<br />
mentalida<strong>de</strong>s revogarão suas verda<strong>de</strong>iras necessida<strong>de</strong>s. Mas a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dizer só existe quando reivindicada a todo momento, porque ela não é apenas<br />
o <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> uma consciência, é o testemunho da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém e,<br />
por isso, merece ser ouvida, para po<strong>de</strong>r ser julgada em suas qualida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong>feitos.<br />
Porém, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão só será realmente válida se estiver a<br />
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