Prosa - Academia Brasileira de Letras

Ao alargarmos a pesquisa para arquivos menos convencionais e, conseqüentemente,
menos acessíveis, acabamos ampliando o escopo de análise das ações
desse homem singular e pouco conhecido. Mesmo que a possibilidade de
construção de uma biografia tenha ficado mais distante, ao menos esperamos
ter contribuído para apontarmos outros caminhos para a interpretação e análise
deste homem, que continua bem escondido.
Considerações finais
Miguel Osório de Almeida
Se o projeto biográfico foi deixado de lado momentaneamente, devido às
exigências profissionais e às dificuldades encontradas para trabalhar a personagem,
Miguel Osório de Almeida não foi esquecido e nem ficou no esquecimento.
Hoje ele retorna, com mais fôlego ainda. A pesquisadora da Casa
de Oswaldo Cruz, Magali Romero Sá, coordena um projeto sobre as ações
do Instituto Internacional de Cooperação Intelectual – notadamente as relações
franco-brasileiras –, que tinha em Miguel Osório de Almeida um de
seus principais arautos; e Larissa Viana desenvolve, no âmbito deste projeto,
a pesquisa “Miguel Osório de Almeida e as trocas biomédicas entre a
França e o Brasil (1920-1940)”. Dominichi Miranda de Sá contribuirá
com a discussão da intelectualidade brasileira, e eu me debruçarei sobre a
sociabilidade da época, me concentrando no papel exercido pelo cientista
nos salões e nas relações intelectuais.
Assim, com a impossibilidade de levar a cabo o projeto biográfico, ele se vê
agora transformado e inserido em outro contexto. Neste novo recorte chamar-se-á
atenção para aspectos pouco estudados, como o próprio Instituto
Internacional de Cooperação Intelectual, as relações entre França e Brasil, entre
outros pontos. Nessa nova organização, a atuação de Miguel Osório de
Almeida será destacada, assim como também a de outros atores que coadunavam
com suas idéias.
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