Prosa - Academia Brasileira de Letras

Miguel Osório de Almeida
Filho: 2003; Paulino Neto: 2003; Pitanguy: 2003). É na verdade um extrato
de tudo o que já se escreveu sobre ele. E, antes de tudo, é o meio pelo qual iremos
discutir e apontar o encaminhamento dos trabalhos.
Miguel Osório de Almeida nasceu no dia 1.º de agosto de 1890, na cidade
do Rio de Janeiro, e faleceu na mesma cidade, a 2 de dezembro de 1953. Era
filho de Gabriel Osório de Almeida e de Carlota Osório de Almeida. Teve
como irmãos Álvaro Osório de Almeida e Branca Osório de Almeida Fialho.
Não sabemos se houve outros irmãos, mas sabe-se que Álvaro o influenciou
bastante, e ambos a Branca. A relação entre os três irmãos era bem estreita e
próxima – tanto no campo profissional quanto no afetivo.
No início dirigiu seus estudos para a Escola Politécnica, mas acabou transferindo-se
para a Faculdade de Medicina, onde se doutorou em 1911. Seu direcionamento
original para a engenharia marcou profundamente sua trajetória
profissional, levando-o a dedicar-se aos estudos da fisiologia, muito marcada
pela física. A maior parte dos dados sobre sua carreira científica remete aos estudos
da fisiologia dos movimentos.
Se a fisiologia dos movimentos marca sua vida profissional, o ambiente familiar
no qual foi criado é outra importância capital em sua trajetória. O pai,
Gabriel, era engenheiro ferroviário e gozou de grande prestígio profissional:
professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, presidente do Clube de
Engenharia (1900-1902), diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil
(1903-1906) e, por fim, diretor da Companhia Docas de Santos, a partir de
1907. Sua ligação com Eduardo Palassin Guinle e Candido Gaffrée, sóciosproprietários
da Companhia Docas de Santos, foi extremamente importante
para a carreira de seus filhos. Vale ressaltar que Candido Gaffrée era sócio benemérito
do Clube de Engenharia e foi, certamente, nas dependências do Clube
que Gabriel Osório de Almeida conheceu os dois industriais. 2
2 O engenheiro ferroviário Gabriel Osório de Almeida foi diretor do Clube de Engenharia, além de
diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, credenciais que lhe abriam os salões da elite carioca e as
portas da diretoria da Companhia Docas de Santos (Sanglard: 2008).
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