universidade fumec valéria christina parreiras costa bouzada
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disciplinares, que funcionam por especialização e fragmentação (modelo aplicacionista do<br />
conhecimento).<br />
Para Tardif (2003), o principal desafio para a formação dos professores será o de abrir um espaço<br />
maior para o conhecimento dos práticas dentro do próprio currículo, em detrimento dos<br />
conteúdos e das lógicas disciplinares.<br />
A proposta deste autor não é a de esvaziar a lógica disciplinar dos programas de formação para o<br />
ensino, mas abrir um espaço maior para a lógica profissional, que deve estar baseada na análise<br />
das práticas, das tarefas e dos conhecimentos dos professores; ela deve proceder por meio de um<br />
enfoque reflexivo, levando em conta os condicionantes reais do trabalho docente e as estratégias<br />
utilizadas para eliminar esses condicionantes na ação.<br />
Os docentes, mesmo estando cientes de sua função formativa, não consideram a necessidade de<br />
uma preparação específica para exercê-la, como se o conhecimento específico desenvolvido nos<br />
anos de formação inicial e/ou ao longo da carreira, e também o exercício profissional, bastassem<br />
para assegurar um bom desempenho docente.<br />
Não se pode esquecer de que os cursos de licenciatura direcionam-se à formação de professores<br />
da educação básica, enquanto os cursos de bacharelado destinam-se ao exercício de diferentes<br />
profissões. Neles, a tônica não é o magistério superior. Esse não é contemplado nos currículos<br />
dos diversos cursos de graduação e, na pós-graduação em sentido estrito ou lato. Ele estará<br />
apenas presente na forma de disciplinas esparsas, quando ocorrem, ou em iniciativas mais atuais<br />
de contemplar a docência orientada como preparação inicial para o nível superior. Contudo, tais<br />
iniciativas não garantem a intenção de preparar efetivamente os docentes a uma das destinações<br />
básicas das instituições superiores, que é a formação de futuros profissionais.<br />
Isaia (2006) ressalta que, apesar do entendimento institucional de que os docentes são os<br />
responsáveis pela formação de futuros profissionais, sua formação docente não tem sido<br />
valorizada nem pela maioria das IES nem pelas políticas voltadas para a educação superior. Essa<br />
assertiva, segundo Isaia (2006), é confirmada por vários outros pesquisadores, entre eles<br />
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