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“[...] Eu ainda não sei o que vai acontecer na minha carreira. A coisa que está faltando
para mim é tempo mesmo. Fico completamente exausta, saio de casa às 7 horas da
manhã, chego em casa quase meia noite. Acaba que o lado pessoal também é uma coisa
que tenho que pesar. O que eu quero da minha vida? Você tem que cada vez mais que se
tornar uma executiva, viajar, não ter hora de almoço, ficar em aeroporto. Será que é
isso que eu quero para mim? Eu não vou escolher isso para a minha vida. Eu gosto
muito de dar aula.”
“[...] Quando você sai de casa às 6:45h, você está deixando um monte de trabalho para
trás[...] eu chegava cada dia mais cedo e quando dava 18:40 eu tinha que ir embora. Eu
estou falando isso porque até o semestre passado eu estava assim. Mas quando eu
entrava na sala de aula, meu dia dava uma acalmada, parecia que era a hora de
divertimento, mudava... aí eu falava: ‘agora começou a parte boa do dia’ [...].”
Essa transição entre a carreira de executivo e a dedicação à área acadêmica é muitas vezes feita
de forma gradativa e com planejamento em longo prazo.
Dentre todas as considerações, o que pesa mais a favor da carreira corporativa é o salário. O
professor ainda recebe menos que o profissional executivo e a renda maior é o que literalmente
pesa no bolso na hora da escolha. Muitos chegam a afirmar que o salário do professor,
proporcionalmente ao tempo dedicado, não é tão menor assim. No entanto, são poucos os
profissionais que conseguem preencher oito horas diárias, dedicando-se apenas à docência.
Geralmente, conseguem horários nos cursos noturnos ou algumas aulas de manhã, mas
continuam com tempo ocioso. Desta forma, preferem aumentar sua renda mantendo o trabalho
executivo e assumindo algumas turmas no horário noturno.
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