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Os entrevistados, em sua maioria, são seguros em afirmar que, para exercer a docência, é preciso
mais que preparo e vocação. É preciso amor pela atividade docente. Consideram a sala de aula
uma realização, como se fosse um prêmio por tudo aquilo que já desenvolveram em sua trajetória
profissional.
Há ainda algumas colocações que reforçam a antiga idéia de que o professor é um individuo que
tem uma grande necessidade de ser ouvido, de deter a atenção das pessoas. Essa necessidade
aparece como conseqüência natural para aqueles que armazenaram conhecimento, seja por
atividades acadêmicas, seja pelas atividades desenvolvidas no mercado de trabalho em carreiras
executivas. Para a maioria, é preciso repassar conhecimento, transmiti-lo, o que é considerado
como uma das maiores gratificações da atividade e a grande oportunidade que a carreira
acadêmica oferece.
Para um número considerável, a carreira acadêmica funciona como uma segunda opção
profissional, e dedicar-se a ela integralmente ainda é privilégio de poucos.
“[...] Sempre procurei ter mais de uma opção, acho a vida acadêmica interessante, mas
não me veria só nela [...].”
Para muitos, o melhor dos mundos seria conseguir conciliar carreira acadêmica e atividades
executivas. No entanto, quando as atividades se acumulam, há muitos desgastes que exigem
grande esforço do indivíduo para sustentar a jornada de trabalho dupla ou até mesmo tripla.
Sendo assim, reconhecem que é sacrificante e muito difícil levar a situação sem optar por uma
das atividades.
Além disso, para muitos participantes, o mundo moderno é altamente competitivo e as empresas
exigem cada vez mais de seus executivos. Os horários são apertados, muitas empresas exigem
viagens constantes, reuniões fora do horário de trabalho, de maneira que um executivo terá
dificuldades em conciliar horário da empresa com aqueles que precisam ser respeitados, quando
ele assume uma sala de aula.
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