universidade fumec valéria christina parreiras costa bouzada
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De acordo com Ruas (1999), o conceito de competência, nos últimos anos, tem aparecido como<br />
uma forma de repensar as interações entre pessoas, seus saberes e capacidades, e as organizações<br />
e suas demandas. Este autor diz que:<br />
[...] a competência não se reduz ao saber, nem tampouco ao saber-fazer, mas sim à sua<br />
capacidade de mobilizar e aplicar esses conhecimentos e capacidades numa condição<br />
particular, onde se colocam recursos e restrições próprias à situação específica. Alguém<br />
pode conhecer métodos modernos de resolução de problemas e até mesmo ter<br />
desenvolvido habilidades relacionadas à sua aplicação, mas pode não perceber o momento<br />
e o local adequados para aplicá-los na sua atividade. [...] A competência, portanto, não se<br />
coloca no âmbito dos recursos (conhecimentos, habilidades), mas na mobilização destes<br />
recursos e, portanto, não pode ser separada das condições de aplicação (RUAS, 1999, p.<br />
4).<br />
Dutra (2004) utiliza conceitos de competência, complexidade, espaço ocupacional e agregação de<br />
valor como referenciais para organizar as práticas de RH. A noção de competências é associada a<br />
requisitos (inputs) e entrega (outputs). Porém, competências não são estáticas: à medida que<br />
alguém se desenvolve, assume atribuições mais complexas, aumenta seu espaço ocupacional,<br />
torna-se mais valiosa à empresa, cresce o valor que agrega ao negócio e, por extensão, faz-se<br />
merecedora de maior remuneração. Tal movimento coincide com a própria noção de carreira:<br />
crescimento do nível de complexidade em que uma pessoa desenvolve seu trabalho ao longo do<br />
tempo. No modelo de Dutra, as carreiras são organizadas em eixos, que agrupam ocupações de<br />
natureza similares e representam trajetórias naturais de crescimento profissional em uma<br />
organização. Este modelo incorpora, como pressupostos, conceitos mencionados na discussão<br />
sobre competência individual:<br />
- a competência individual como estoque e entrega;<br />
- a relação proporcional entre complexidade e competências do indivíduo;<br />
- a relação entre complexidade da entrega e agregação de valor ao negócio.<br />
Le Boterf (1995) situa a competência numa encruzilhada, com três eixos formados: 1- pela<br />
pessoa (sua biografia, socialização); 2 - por sua formação educacional; e 3 – por sua experiência<br />
profissional. Segundo este autor:<br />
A cada dia a experiência mostra que até mesmo profissionais que dispõem de amplos e<br />
reconhecidos conhecimentos e capacidades, em algumas circunstâncias especiais de<br />
trabalho, não conseguem mobilizar suas capacitações de maneira adequada e pertinente<br />
(LE BOTERF, 1995, p. 16).<br />
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