Tradução de Ana Faria e Marta Couceiro
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Mai Dun é uma enorme colina situada a sul <strong>de</strong> Durnovária e<br />
em <strong>de</strong>terminada época terá sido a maior fortaleza <strong>de</strong> toda a<br />
Bretanha. Tem um cume amplo, suave e arredondado que se<br />
esten<strong>de</strong> para leste e oeste e em torno do qual os antigos construíram<br />
três enormes muros com talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> turfa. Ninguém sabe quando foram<br />
construídos, nem mesmo como, e alguns acreditam que os próprios Deuses<br />
escavaram os talu<strong>de</strong>s, porque aquele muro triplo parece <strong>de</strong>masiado<br />
alto, e os seus fossos <strong>de</strong>masiado profundos, para serem meros trabalhos<br />
feitos pela mão do homem, embora nem a altura dos muros nem a profundida<strong>de</strong><br />
dos fossos evitassem que os romanos assaltassem a fortaleza<br />
e matassem os seus guardas. Mai Dun havia permanecido vazia <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
esse dia, à exceção <strong>de</strong> um pequeno templo <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong>dicado a Mitras<br />
que os vitoriosos romanos construíram no extremo leste da zona plana<br />
do cume. No verão, a velha fortaleza é um lugar bonito, on<strong>de</strong> as ovelhas<br />
apascentam junto aos muros íngremes e as borboletas tremuleiam por<br />
cima da relva, do timo selvagem e das orquí<strong>de</strong>as. No fi m do outono, porém,<br />
quando as noites caem cedo e as chuvas se precipitam <strong>de</strong> oeste por<br />
toda a Dumnónia, o cume consegue ser um ponto elevado muito frio<br />
on<strong>de</strong> o vento é cortante.<br />
O caminho principal para o cume, semelhante a um labirinto, conduz<br />
ao portão oeste e quando levei Excalibur a Merlim, o chão estava escorregadio<br />
por causa da lama. Uma horda <strong>de</strong> gente simples caminhava penosamente<br />
comigo. Alguns carregavam enormes molhos <strong>de</strong> lenha às costas,<br />
outros acartavam odres com água para beber, enquanto alguns outros acicatavam<br />
os bois que arrastavam enormes troncos <strong>de</strong> árvores ou puxavam<br />
trenós empilhados com ramos. Os fl ancos dos bois escorriam sangue e eles<br />
<strong>de</strong>batiam-se para que as suas cargas subissem o caminho íngreme e tortuoso<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong>, bem acima <strong>de</strong> mim no talu<strong>de</strong> <strong>de</strong> relva mais distante, pu<strong>de</strong> ver<br />
lanceiros a montarem guarda. A presença <strong>de</strong> tais lanceiros confi rmou o que<br />
me fora dito em Durnovária, que Merlim encerrara o acesso a Mai Dun a<br />
todas as pessoas exceto aos que vinham para trabalhar.<br />
Dois lanceiros guardavam o portão. Eram ambos guerreiros irlan<strong>de</strong>ses<br />
Escudos Negros, alugados a Oengus mac Airem, e eu questionei-me<br />
sobre quanto da fortuna <strong>de</strong> Merlim estava a ser gasta a preparar este <strong>de</strong>solador<br />
forte <strong>de</strong> erva para a vinda dos Deuses. Os homens perceberam que<br />
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