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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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séc. XVIII, permanece inalterado até os dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Se consi<strong>de</strong>rarmos tal questão e nos remetermos a outras formas <strong>de</strong><br />

comportamento, emocional, por exemplo, tomando mesmo o controle das pulsões<br />

que o autor nos aponta ter surgido quando as pessoas passaram a moldar-se mais<br />

às outras <strong>de</strong>liberadamente em relação à Ida<strong>de</strong> Média, indagamos: O que<br />

permanece inalterado? O que temos <strong>de</strong> “novo”? O que foi consolidado? O que é<br />

“natural”?<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Elias (1994):<br />

“Não havia a barreira emocional, invisível, que se coloca entre dois corpos<br />

quando há simples menção <strong>de</strong> que algo que o outro tocou com as mãos, ou<br />

mesmo levou à boca, nos é apresentando causando imenso <strong>de</strong>sconforto,<br />

porque as relações sociais e sua conduta que condicionavam sua própria<br />

estrutura emocional eram diferentes” (p.82).<br />

Nas relações sociais, as formas <strong>de</strong> conduta e a estrutura psíquica, vão, no<br />

<strong>de</strong>correr da história dos homens, mediante o processo civilizador se<br />

transformando, marcando, (re)constituindo esses homens em seu processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e constituição h<strong>uma</strong>na. Defen<strong>de</strong>ndo então <strong>uma</strong> articulação entre<br />

as relações sociais e a estrutura emocional, Elias afirma que os <strong>de</strong>sejos são<br />

concretizações <strong>de</strong> relações h<strong>uma</strong>nas, <strong>de</strong> comportamentos, materializações da vida<br />

social e mental. Desta forma, a partir <strong>de</strong>stas consi<strong>de</strong>rações, como as emoções<br />

po<strong>de</strong>m ser compreendidas e analisadas?<br />

Na sala <strong>de</strong> aula, os <strong>modos</strong> e as manifestações <strong>de</strong> afeto vão mudando,<br />

transformando-se frente às práticas disciplinares e às próprias condições <strong>de</strong><br />

ensino. Nas condições atuais vão se tornando mais explícitos, mais visíveis. Os<br />

alunos, menos contidos. As emoções, os afetos, assumem então um lugar <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque. Roubam a cena. Passamos a prestar atenção. E, a procurar explicar<br />

nossas ações e reações nos mais diversos espaços <strong>de</strong> convivência social a partir<br />

<strong>de</strong> tudo o que nos afeta. As emoções emergem, irrompem, inva<strong>de</strong>m a sala <strong>de</strong> aula<br />

e se con<strong>de</strong>nsam em impulsos ou atos <strong>de</strong>liberados, agressivos, n<strong>uma</strong> tentativa <strong>de</strong><br />

extravasar <strong>uma</strong> raiva incontrolável, colocar para fora algo que está contido,<br />

armazenado em algum compartimento secreto do ser h<strong>uma</strong>no. Aceitamos tal

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