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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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proprieda<strong>de</strong> em mim que me permite manipular símbolos. Mas reconheço que<br />

a linguagem se constitui nas coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> condutas <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> condutas. Reconheço também que a<br />

linguagem não se dá no corpo, mas sim no fluir em coor<strong>de</strong>nações<br />

consensuais <strong>de</strong> condutas” (Maturana, 1998:27).<br />

Po<strong>de</strong>mos vislumbrar então, <strong>uma</strong> noção <strong>de</strong> linguagem que se explicita como<br />

sendo um fenômeno que ocorre na dinâmica das interações entre os seres vivos e<br />

adquire <strong>uma</strong> complexida<strong>de</strong> maior nos seres que ocupam um grau mais elevado na<br />

ca<strong>de</strong>ia evolutiva.<br />

O que vêm a ser essas coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta? O que está por trás <strong>de</strong>sse modo <strong>de</strong><br />

<strong>conceber</strong>/conceituar a linguagem? Qual a <strong>de</strong>finição da mesma? Qual a sua relação<br />

com a emoção?<br />

A linguagem (incluídos os próprios fenômenos que nela emergem) não se<br />

limita ao que ocorre no interior do organismo, emerge, <strong>de</strong>senvolve-se na dinâmica<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta dos organismos e participam <strong>de</strong>stes. Tal<br />

concepção o leva a utilizar o termo “linguajar” na medida em que, <strong>de</strong>ntre outras<br />

coisas, contempla o movimento, a dinâmica <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> conduta, o operar<br />

h<strong>uma</strong>no, n<strong>uma</strong> concepção que enfatiza o caráter relacional.<br />

Para o autor as emoções como “diferentes domínios <strong>de</strong> ação presentes no<br />

homem e nos animais” são o que possibilitam ou não a linguagem, ou “as<br />

coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta”<br />

na medida em que colocam ou não “o outro como legítimo outro” e possibilitam a<br />

convivência, fundam o social e, portanto nossa própria estrutura hominí<strong>de</strong>a.<br />

Assumindo que linguagem e emoção mantêm <strong>uma</strong> intrínseca relação no<br />

processo <strong>de</strong> constituição do homem, Maturana conceitua o amor como a emoção<br />

fundadora do social, que não só possibilita a linguagem, mas assegura a<br />

convivência:<br />

“por isso a linguagem, como domínio <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong><br />

conduta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações consensuais <strong>de</strong> conduta, não po<strong>de</strong> ter surgido na<br />

agressão, pois esta restringe a convivência, ainda que, <strong>uma</strong> vez na

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