Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar
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explicação sem maiores questionamentos.<br />
Contudo se nos voltarmos ao aluno, um sujeito <strong>de</strong> sentimentos, emoções,<br />
pensamentos, ações, outras instigantes indagações emergem... Como sente, por<br />
que sente, o que afeta? Tem “consciência”, <strong>de</strong> seus afetos, do que sente? Como é<br />
visto, tratado, compreendido na/pela escola? Como é afetado pelos diferentes<br />
dizeres? Como a palavra do outro o afeta?<br />
Essas e inúmeras outras indagações levaram-nos a problematizar a questão<br />
das emoções, n<strong>uma</strong> tentativa <strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> um tema que tem consistido<br />
n<strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> frente à história das idéias e, constantemente <strong>de</strong>sdobrado<br />
na separação entre corpo/mente, matéria/espírito, pautada na oposição entre razão<br />
e emoção 2 , colocando-nos diante <strong>de</strong> <strong>uma</strong> indagação crucial: como <strong>conceber</strong> “isso”<br />
que a gente sente e nomeia “emoção”?<br />
Indagamo-nos, <strong>sobre</strong>tudo, acerca do lugar <strong>de</strong>sses sentimentos e emoções<br />
que se <strong>de</strong>sdobram em movimentos <strong>de</strong> nosso corpo afetado, que se <strong>de</strong>sdobram em<br />
gestos, que nos aproximam, nos afastam, nos dirigem ao outro. Procuramos então<br />
compreen<strong>de</strong>r o papel que <strong>de</strong>sempenham as emoções no processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento h<strong>uma</strong>no, no funcionamento mental. Por outro lado, como se<br />
constituem/são constituídas as emoções e o próprio psiquismo?<br />
Diversas são as formas <strong>de</strong> <strong>conceber</strong> o funcionamento mental, a consciência,<br />
as emoções. Diversos são os <strong>modos</strong> <strong>de</strong> conceituar e trabalhar com as mais<br />
variadas questões que impactam o ser h<strong>uma</strong>no em seu processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Modos marcados por olhares, perspectivas, posições, problemas<br />
e indagações diferentes. Modos que se emaranham, se entretecem, <strong>de</strong>finindo<br />
ações nos mais diversos setores da vida h<strong>uma</strong>na – particularmente, em um espaço<br />
social, historicamente instituído, em que se configuram <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong><br />
ensinar e apren<strong>de</strong>r e <strong>modos</strong> bastante específicos <strong>de</strong> trabalhar o conhecimento: a<br />
escola.<br />
Em sala <strong>de</strong> aula, diante <strong>de</strong> pessoas, sujeitos, crianças, homens em suas<br />
relações com o conhecimento, muitas das mais arcaicas questões irrompem,<br />
emergem, provocam, subvertem, <strong>de</strong>snorteiam, <strong>de</strong>sconcertam. E, é então que,<br />
2 Tema esse que, como temos visto, em vários trabalhos vem ganhando <strong>de</strong>staque na Educação.