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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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“O sentido <strong>de</strong> <strong>uma</strong> palavra é agregado <strong>de</strong> todos os fatores psicológicos que<br />

surgem em nossa consciência como resultado da palavra. O sentido é <strong>uma</strong><br />

formação dinâmica, fluida e complexa, que tem inúmeras zonas <strong>de</strong> sentido<br />

que variam em sua instabilida<strong>de</strong>. O significado é apenas <strong>uma</strong> <strong>de</strong>ssas zonas<br />

que a palavra adquire no contexto da fala. É a mais estável, unificada e<br />

precisa <strong>de</strong>ssas zonas”.<br />

Ressaltando <strong>sobre</strong>tudo:<br />

“É muito interessante a intenção explícita <strong>de</strong> Vigotski <strong>de</strong> manter o sentido<br />

<strong>de</strong>ntro da <strong>de</strong>limitação do psicológico e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fini-lo em relação à palavra como<br />

“agregado <strong>de</strong> todos os fatores psicológicos que surgem em nossa<br />

consciência como resultado da palavra”(id.,ibid., p.129).<br />

Partindo <strong>de</strong> <strong>uma</strong> concepção dialética inspirada, segundo o autor, por<br />

Vigotski, <strong>uma</strong> nova categoria aparece como a principal unida<strong>de</strong> constitutiva da<br />

subjetivida<strong>de</strong> (como forma <strong>de</strong> organização da psique): o sentido subjetivo.<br />

A categoria <strong>de</strong> sentido subjetivo permite <strong>de</strong> acordo com Gonzáles Rey<br />

(2002), <strong>uma</strong><br />

“representação <strong>de</strong> cada experiência do sujeito em sentidos diferentes,<br />

segundo sua inclusão em outros registros <strong>de</strong> sentido já constituídos no nível<br />

subjetivo. O sentido é responsável pela gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> e formas<br />

diferentes <strong>de</strong> expressão no nível psíquico das experiências histórico-sociais<br />

do sujeito” (p.131).<br />

Assim, o autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>uma</strong> insubordinação da do sentido a <strong>uma</strong> lógica<br />

racional externa: “O sentido se impõe à racionalida<strong>de</strong> do sujeito, o que não explica<br />

sua associação só ao inconsciente, como já foi dito, pois um mesmo sentido<br />

transita por momentos conscientes e inconscientes, até mesmo <strong>de</strong> forma<br />

contraditória” (id,.ibid, p. 252).<br />

Como produção do sujeito, <strong>de</strong> um sujeito concreto, tal categoria está<br />

profundamente relacionada ao emocional, à emocionalida<strong>de</strong> legitimando <strong>uma</strong><br />

“nova racionalida<strong>de</strong>”, distante da objetivida<strong>de</strong> severamente combatida pelo autor.

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