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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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espírito, n<strong>uma</strong> abordagem sistêmica coloca-se assim, a superação <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

perspectiva dualista <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>uma</strong>no.<br />

É também em relação ao homem, que as consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Bakhtin acerca<br />

das emoções emergem: “o amor, a compaixão, o enternecimento e quaisquer<br />

outras emoções são sempre dialógicas nesse ou naquele grau” (p. 318), mas, não<br />

porque simplesmente são colocadas no plano das interações sociais e da vida <strong>de</strong><br />

relação, como aparecem na obra <strong>de</strong> nossos contemporâneos. Torna-se<br />

fundamental consi<strong>de</strong>rar o fato <strong>de</strong> que imersos e constituídos na dinâmica das<br />

interações sociais, culturais marcadas por i<strong>de</strong>ologia e po<strong>de</strong>r, sujeitos e emoções,<br />

afetam e são afetados mutuamente.<br />

Diante <strong>de</strong> tudo isso, do que foi visto, discutido analisado, po<strong>de</strong>mos<br />

vislumbrar alg<strong>uma</strong>s consi<strong>de</strong>rações importantes. Em Damásio a homeostase, cujo<br />

princípio organizador é o self, a mente, é o conceito chave para a explicitar a<br />

superação das dicotomias. Maturana <strong>de</strong>senvolve o conceito <strong>de</strong> autopoiese, cujo<br />

princípio organizador é o ser vivo. Gonzáles Rey, admite a necessida<strong>de</strong> como<br />

fundamental, tendo na subjetivida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>sdobra em individual e social, um<br />

princípio organizador. Wallon, Vigotski e Bakhtin partilhando o pressuposto <strong>de</strong><br />

emergência histórico e cultural do psiquismo, da consciência em sua íntima relação<br />

com a linguagem e a significação – que po<strong>de</strong>ríamos consi<strong>de</strong>rar o princípio<br />

organizador do ser h<strong>uma</strong>no – nos provocam a (re)tomar a problemática das<br />

emoções situando-a no âmbito <strong>de</strong>sta <strong>discussão</strong>. Consi<strong>de</strong>ramos que aqui se<br />

encontra <strong>uma</strong> chave para a compreensão das emoções h<strong>uma</strong>nas como “processos<br />

que isolam-se do reino dos instintos e <strong>de</strong>senvolvem-se num plano totalmente<br />

novo”, como postula Vigotski (1998) n<strong>uma</strong> citação lapidar.

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