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Emoções: uma discussão sobre modos de conceber e teorizar

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Partindo-se do pressuposto da natureza social do ser h<strong>uma</strong>no, há,<br />

<strong>sobre</strong>tudo, <strong>uma</strong> preocupação com a formação <strong>de</strong>ste ser, com as questões<br />

educacionais, perpassando e constituindo o trabalho <strong>de</strong> Wallon, Vigostki e Bakhtin.<br />

Como se constitui então para Vigotski, Bakhtin e Wallon o sujeito e o<br />

funcionamento psíquico? Vejamos.<br />

A formação do homem enquanto ser h<strong>uma</strong>no, histórico e cultural, por isto<br />

mesmo diferenciado dos animais, é, segundo Wallon (1995), um processo <strong>de</strong> “reconstrução”<br />

constante, não linear, no qual “o outro é um parceiro permanente do eu<br />

na vida psíquica”. É um processo amplo, complexo, partilhado, no plano das<br />

interações sociais. Para Vigotski a linguagem e a significação, a dimensão<br />

semiótica, a cultura assumem relevância. E, Bakhtin nos acrescenta ainda o<br />

princípio da dialogia e a questão da i<strong>de</strong>ologia no estudo do psiquismo h<strong>uma</strong>no.<br />

Reconhecendo a relevante contribuição <strong>de</strong> Hegel, mas posicionando-se<br />

radicalmente contra o i<strong>de</strong>alismo assumido por esse autor, Marx enfatiza a<br />

importância da história h<strong>uma</strong>na, na qual o homem se transforma e se (re)cria ao<br />

produzir suas próprias condições materiais <strong>de</strong> existência. Marx <strong>de</strong>fine o homem<br />

como ser social, e este, ao mesmo tempo em que é produzido pela socieda<strong>de</strong>,<br />

também a produz: “os homens existem em constante ativida<strong>de</strong>. Dentro dos limites<br />

estabelecidos pelas circunstâncias que lhes são impostas, os homens estão<br />

sempre produzindo as circunstâncias novas que lhes convêm” (Marx apud Kon<strong>de</strong>r,<br />

1998: 52).<br />

Kon<strong>de</strong>r (1999) assinala que Marx aplicou o método dialético <strong>de</strong> Hegel, à<br />

análise da evolução social, histórica da h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong> postulando que “os seres e as<br />

coisas existem em permanente mudança, entrosados uns com os outros, e que só<br />

é possível compreendê-los se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início forem <strong>de</strong>vidamente consi<strong>de</strong>radas as<br />

suas ligações recíprocas” (p. 44). Desta forma, Marx contesta Hegel, reafirmando a<br />

história como produção, mas não como autoprodução do pensamento ou idéia <strong>de</strong><br />

um sujeito alienado, separado <strong>de</strong> <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong>.<br />

Vigotski assume <strong>de</strong>terminadas concepções marxistas e <strong>de</strong>senvolve <strong>uma</strong><br />

teoria complexa e abrangente acerca do <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>uma</strong>no, da natureza<br />

cultural do psiquismo e da consciência, fundamentada no materialismo histórico e

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